Diário do Alentejo

Sustentabilidade do olival junto de alunos do 1.º ciclo

15 de novembro 2022 - 10:00
Visitas vão do campo ao lagar e abrangem todo o processo de produção
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A Olivum, a maior associação de olivicultores e lagares do País, tem em marcha o Programa de Sustentabilidade do Azeite do Alentejo. Iniciada em maio, a iniciativa pretende agora chegar junto dos alunos do 1.º ciclo do concelho de Beja e mostrar toda a fileira, desde o campo ao embalamento, e as práticas de sustentabilidade usadas na sua produção.

 

Texto Aníbal Fernandes

 

“Começamos com os alunos mais novos por razões logísticas e por serem os que, devido à idade, demonstram mais curiosidade, mas para o ano queremos chegar a outras idades”. Quem o diz é Gonçalo Moreira, gestor do Programa de Sustentabilidade do Azeite do Alentejo.

 

A opção pelos alunos do 1.º ciclo ficou a dever-se a uma maior facilidade de contacto com as escolas e à operacionalidade das visitas, uma vez que cada turma apenas tem um professor.

 

A Olivum, que representa cerca de 85 por cento da área de olival em Portugal, lançou o Programa de Sustentabilidade do Azeite do Azeite do Alentejo em parceria com a Universidade de Évora, com o objetivo de “responder a desafios prementes do setor olivícola, através da implementação, valorização e comunicação das melhores práticas de sustentabilidade (social, ambiental e económica) na produção de azeite do Alentejo”.

 

A Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo (Cimbal) associou-se a esta iniciativa “na sua divulgação pelos agrupamentos escolares do concelho de Beja, na expectativa de obter o melhor acolhimento possível e a participação dos mesmos”.

 

Gonçalo Moreira pretende que as visitas, a realizar durante a próxima campanha, “permitam disseminar o conhecimento do território” e que os jovens fiquem a saber “como é produzido o azeite, desde a colheita até ao armazenamento e embalamento, assim como as práticas de sustentabilidade usadas na sua produção”.

 

O responsável pelo projeto lembra que esta cultura “está connosco há oito mil anos e faz parte da dieta mediterrânica”, sendo “um dos alimentos com mais impactos positivos na saúde humana”. Para além disso, no documento a que o “Diário do Alentejo” teve acesso, realça-se o “importante impacto na economia da região”.

 

Os promotores defendem que esta “é uma cultura que tem tido uma grande evolução” e que “a par da instalação de novos e modernos lagares, tem permitido um aumento na produção e na qualidade sem alterar a forma de extração do azeite das azeitonas”.

 

Isto com a incorporação “cada vez mais de práticas de sustentabilidade ambientais, sociais e económicas” e que permitiram ao Alentejo tornar-se na maior região produtora de azeite do País, atingindo 95 por cento do total nacional.

 

“Por tudo isto, queremos que os alunos conheçam como é produzido o azeite do Alentejo”, em contraponto “aos que sem ter conhecimento e de forma desinformada passam mensagens infundadas”, explica Gonçalo Moreira.

 

Com as visitas aos olivais e lagares pretendem que “os alunos contactem com a cultura e com o fruto, que vejam as técnicas usadas na produção da azeitona, para depois visitarem o lagar e acompanharem a produção de azeite desde a receção do fruto até ao produto final. Durante toda a visita serão apresentadas as práticas de sustentabilidade ambiental implementadas no olival e no lagar”.

 

Mas a Olivum não quer apenas explicar. Também quer falar com os jovens “sobre os temas ambientais e conhecer a sua visão e preocupação sobre esta temática”. As saídas decorrerão durante os meses de novembro e dezembro, com visitas aos olivais (com uma breve explicação sobre a cultura, rega, nutrição das plantas e biodiversidade) e a lagares (com o acompanhamento dos processos de receção, lavagem, limpeza e pesagem da azeitona, no exterior); o acompanhamento da extração do azeite (batedeiras com a pasta da azeitona, centrifugação e decantação do azeite, armazém e depósitos de azeite, linha de enchimento e embalamento); e ao laboratório e sala de controlo de qualidade da azeitona e azeite.

 

No final de cada visita haverá um momento de interação sobre o azeite, as diferentes categorias e “a importância da preservação ambiental”, onde se pretende que “os alunos comentem o que viram, o que aprenderam e o que pensam sobre a proteção do ambiente”. Ah! E terminará com um pequeno lanche.

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