Três Perguntas a Catarina Cerol, Coordenadora da Universidade Sénior de Beja
Texto José Serrano
A Universidade sénior de Beja faz 15 anos de existência. Quais têm sido, ao longo deste tempo, as principais conquistas desta instituição?
São várias, tais como: o tempo de existência; o número de professores voluntários (varia entre 30 e 32 pessoas) e, consequentemente, a oferta múltipla e variada de disciplinas; e o número de alunos que se tem mantido com alguma consistência (entre 150 e 156 pessoas). Contudo, durante o período de pandemia estivemos fechados e quando reabrimos o número desceu para 85 pessoas, mas este ano estamos a recuperar a participação, a promoção de atividades culturais e a afirmação da universidade, a nível nacional, pois estamos integrados na Rede de Universidades da Terceira idade.
Como classifica a importância, para a população sénior, da manutenção intelectual e física, abraçando novos desafios, voltando a estudar e, de alguma forma, saindo da sua zona de conforto?
É de extrema importância. A manutenção intelectual, através da estimulação cognitiva, e a manutenção física permitem, sem dúvida, um envelhecimento com melhor qualidade de vida e bem-estar, com menos recurso à medicação, com menos isolamento, abrindo caminho para o convívio, para novas amizades, novas experiências e a novas áreas de conhecimento. Permite também, numa fase da vida em que se verificam muitas perdas – quer profissionais, fruto da aposentação, quer a nível familiar –, um encontro com o próprio indivíduo, permitindo ajustar a sua identidade e, acima de tudo, valorizar- se e ter um papel ativo e crítico na sociedade. Este caminho leva que a própria sociedade reconheça o papel fundamental do idoso, pela sua sabedoria, experiência de vida e validade acrescida do seu contributo, existindo uma maior compreensão e aceitação do processo de envelhecimento.
Com o período de inscrições prolongado até ao final do mês, o que diria a quem se possa encontrar indeciso(a) em se inscrever como aluno(a) da Universidade Sénior de Beja?
Que venha conhecer-nos, sem medo nem preconceitos. Aqui, o nível de escolaridade não é importante, este é um espaço aberto a todos. Aqui, não há superiores nem inferiores, há pessoas ricas pelas suas experiências de vida, onde todos aprendemos com todos. Não há certificação, logo não há avaliações. A oferta de disciplinas é grande e, se não gostar da disciplina que escolheu, pode mudar de opção. O que importa é o seu bem-estar. Apesar da época oficial de inscrições ser até ao fim do mês de outubro, estamos sempre à sua espera, aceitando a sua inscrição. Permita-se e arrisque a dar um novo espaço a si próprio.