Não é uma questão nova, mas é cada vez mais urgente. António Bota, presidente a Câmara Municipal de Almodôvar, quer que a barragem de Oeiras deixe de ser apenas um projeto e seja construída. Já!
Texto Aníbal Fernandes
A barragem de Oeiras, um afluente do Guadiana que atravessa o concelho de Almodôvar, “tem local identificado e anteprojeto delineado”, mas, apesar de ser “uma necessária solução de recurso hídrico para a região do Baixo Alentejo”, teima em não sair do papel.
António Bota há muito que reivindica a sua construção que considera essencial para “apoiar e reforçar o abastecimento de água da albufeira do Monte da Rocha, no concelho de Ourique”, e funcionaria como “abastecimento de reserva para os concelhos de Almodôvar, Castro Verde e Mértola e o Nordeste Algarvio”, nomeadamente, Alcoutim e Castro Marim.
O autarca, na nota de imprensa que fez chegar à nossa redação, afirma que “não obstante algumas vozes rejeitarem a construção de barragens, é um facto quando temos anos de seca – e vamos ter cada vez mais e mais severos – a atenção vira-se para o nível das albufeiras como garantia de vida”.
António Bota olha para o futuro próximo e diz ser necessário “fazer obras e construções hoje. É fundamental reter e utilizar com sabedoria a pouca água que temos para que não tenhamos no futuro mais problemas relacionados com as mudanças climáticas e as transformações climatéricas que elas trouxeram”, frisa o autarca, mantendo a “esperança” na conclusão do projeto.
O presidente da Câmara Municipal de Almodôvar lembra que “a região do Baixo Alentejo, onde os aquíferos e os rios não são de todo suficientes para garantir os caudais necessários ao consumo humano e às suas atividades económicas, o abastecimento público através de albufeiras é um complemento essencial”, permitindo, ainda, “a criação de zonas húmidas importantes para reduzir os efeitos da seca que se vêm fazendo sentir”.
António Bota argumenta também que “a nova albufeira permitiria que a ribeira de Oeiras pudesse ter um caudal ecológico para abeberamento de animais domésticos e, especialmente, selvagens”, e contribuiria para a “manutenção dos ecossistemas, da fauna e flora locais”.
O autarca conclui que “devido às alterações climatéricas, “a construção da Barragem de Oeiras e o aproveitamento do caudal do Rio Guadiana é um investimento que, além de ser estritamente necessário para o fornecimento público de água, será uma mais-valia para a região e para o desenvolvimento da economia regional”, reclamando a sua construção “já!”.