Diário do Alentejo

Unidos por Mértola não descartar candidatura independente

19 de maio 2021 - 11:50

O Movimento Unidos por Mértola não descarta, pelo menos para já, uma candidatura independente à Câmara de Mértola nas próximas autárquicas.

 

Texto Marta Louro

 

“Não estamos nessa fase, estamos na fase de construção de uma estratégia e de um projeto. Depois se verá quais as condições políticas concretas, e se obrigarão ou não a que avance uma candidatura independente”, diz Jorge Pulido Valente, membro do movimento, acrescentando que o principal objetivo do Unidos por Mértola não está relacionado com “a constituição de uma lista independente para concorrer” à autarquia, mas sim com “a construção de uma estratégia e de um projeto de desenvolvimento”, sendo que a “equipa que concretizará esse projeto é uma questão que ainda está em aberto”. É também preciso “definir quais são os perfis e os principais atores neste processo, para depois perceber como é que tudo pode avançar nas próximas autárquicas”, refere.

 

O movimento apresentou recentemente um manifesto destinado a “construir um futuro melhor para as pessoas do concelho” e que assenta em oito “pilares fundamentais”, que se traduzem numa “parceria para um novo poder local; para o repovoamento; para o crescimento económico, o rendimento e o emprego e para uma parceria para a coesão e inclusão dos mais desfavorecidos, habitação, apoios aos idosos e aos mais frágeis e carenciados”. Fazem ainda parte deste manifesto parcerias “para o acesso de todos à saúde, educação, cultura, desporto, acessibilidades e transportes; para oportunidades e apoios à juventude; para a sustentabilidade e para o património e a cultura”.

 

O objetivo “é lançar um primeiro passo para um processo de participação dos cidadãos na construção de uma estratégia e de um projeto de desenvolvimento para Mértola durante a próxima década 2021-2030”, refere Jorge Pulido Valente. “Para além de lançar um desafio a todos os partidos políticos com representação no concelho desafia também os cidadãos, instituições e organizações a juntarem-se numa plataforma que permita discutir quais são os principais desafios existentes, de forma a criar um compromisso entre todos que consiga criar uma estratégia para um projeto de desenvolvimento para Mértola”.

 

O objetivo, segundo o Unidos por Mértola, é “aumentar o crescimento económico, criar mais emprego e disponibilizar “um rendimento que permita o acesso a uma melhor qualidade de vida”. Tudo para que, em 2030, “o concelho possa ter mais 500 habitantes”, contrariando o declínio demográfico das últimas décadas.

 

“É preciso ter políticas públicas que permitam que toda a gente caminhe no sentido do progresso e no sentido da qualidade de vida e do rendimento digno”, assim como, “contribuir para criar condições que garantam, a toda a gente o acesso à habitação, ao emprego e à saúde”, salienta Jorge Pulido Valente.

 

No que diz respeito à sustentabilidade, o movimento quer o “envolvimento da comunidade, de todos os parceiros locais”, no projeto da futura Estação Biológica de Mértola, um projeto de três milhões de euros que será dedicado á transferência de conhecimento para a economia local e soluções para os problemas do interior e das alterações climáticas.

 

“Em 2030, Mértola tem de estar classificada como Património Imaterial da Humanidade. Não apenas o centro histórico, mas sim, todo o território, incluindo a Mina de São Domingos e o Parque Natural do Vale do Guadiana, que serão decisivos para que isso aconteça”, sublinha o ex-presidente das câmaras de Mértola e de Beja.

 

Segundo Jorge Pulido Valente, o movimento é composto por pessoas “com um longo percurso pessoal e profissional de dedicação ao concelho”, tendo sido criado por “não haver da parte dos partidos e do poder político vontade, nem abertura, para a participação dos cidadãos na criação de projetos de desenvolvimento para Mértola”.

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