Três perguntas a Tomé Pires, presidente da Câmara de Serpa
Texto José Serrano
A Câmara de Serpa vai criar a Casa do Rio, na aldeia de Brinches. Quais os objetivos a que se propõe o município, com a concretização deste novo espaço cultural?
Tem como objetivo principal a salvaguarda do património local e identitário, sobretudo pela forte ligação à vida e às gentes da freguesia e à histórica relação com o rio Guadiana. Pretende-se valorizar e promover esta ligação, sendo que o próprio local onde a Casa do Rio vai funcionar, o edifício da Sociedade 1.º de Junho, é um edifício histórico, que há décadas alberga associações culturais e desportivas da aldeia e funciona como centro de recreação e lazer.
Será este um espaço “isolado” ou, por outro lado, farte parte de um conjunto de futuras intervenções museológicas, no concelho de Serpa?
A Casa do Rio está integrada num projeto, mais amplo, que tem como objetivo a salvaguarda do património, com base no conceito “Serpa Museu Aberto” – um espaço de visitação, fruição e interpretação cultural, onde entra a requalificação da rede museológica e a criação de novos núcleos, nas principais localidades do concelho. Sobretudo, pretende-se afirmar a identidade local e a ligação às pessoas, potenciando polos criadores de dinâmicas novas, sejam sociais, culturais, económicas ou turísticas. Acrescento ainda que, numa primeira fase, para além da Casa do Rio, vão ser criadas, nesta rede, a Casa das Artes, em Vila Verde de Ficalho, a Taberna dos Camponeses, em Pias, a Casa da Resistência, em Vale de Vargo e o Casão do Cante, em Vila Nova de São Bento
Qual a importância que a valorização do património local poderá ter para os territórios da Margem Esquerda do Guadiana?
A salvaguarda do património é um fator fundamental para reforçar a identidade deste território e, designadamente, da Margem Esquerda do Guadiana. No concelho de Serpa, sempre temos trabalhado com essa preocupação – na salvaguarda e, também, na sua valorização –, porque entendemos que é essencial, para o nosso território, um desenvolvimento sustentado, feito com as nossas gentes e para as nossas gentes.