Diário do Alentejo

Marta Temido “sensível” à 2ª fase do hospital de Beja

18 de janeiro 2021 - 09:30

Mais médicos de saúde pública, a criação de uma unidade de cuidados paliativos e a construção da 2.ª fase do Hospital José Joaquim Fernandes, foram as principais questões discutidas numa reunião entre o presidente da Federação do Baixo Alentejo do Partido Socialista, Nélson Brito, e a ministra da Saúde, Marta Temido.

 

Texto Aníbal Fernandes

 

“Suprir a carência de médicos de saúde pública depende diretamente do Ministério da Saúde e não de concursos da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (Ulsba), pelo que a solução deve ser encontrada pelo ministério, seja em definitivo, por via de concursos, seja no imediato, respondendo à situação atual de urgência, através dos mecanismos previsto na lei para situações excecionais com aquela de pandemia que se vive neste momento. Existe um problema que é grave e tem que ser resolvido e a nossa responsabilidade é encontrar uma solução, não é desistir da solução para o problema”, disse Nélson Brito ao “Diário do Alentejo” na sequência de uma reunião com a ministra da Saúde para discutir a situação do setor no Baixo Alentejo.

 

A construção da 2.ªa fase do hospital de Beja também esteve em cima da mesa e o dirigente socialista saiu do encontro convencido que Marta Temido “ficou sensível à necessidade de promover estas obras, da sua importância para reforçar e melhorar a oferta de cuidados de saúde e comprometeu-se a viabilizar uma solução que necessitará de enquadramento financeiro”.

 

Recorde-se que há 40 anos que se fala na ampliação do hospital. Neste momento existe um projeto para a construção da 2.ª fase da infraestrutura hospitalar “mas ainda não tem fonte de financiamento”, disse recentemente ao “Diário do Alentejo” Conceição Margalha. O valor das obras deverá ser superior a 25 milhões de euros. “Ao longo do tempo têm sido efetuadas várias ampliações e obras no edifício existente, mas não houve a decisão de proceder à completa construção da segunda fase, não esquecendo que já foi construído o serviço de psiquiatria, a hemodiálise e o hospital de dia”. Segundo a presidente do conselho de administração da Ulsba, se a 2ª fase não avançar, “o melhoramento na qualidade da prestação de serviços também não se vai dar porque o edifício atual não tem capacidade de crescimento e estão a ser acrescentados contentores para fazer face a necessidades, como é o caso das urgências”.

 

“Há interesse e preocupação da ministra relativamente a esta questão”, garante Nelson Brito, que aproveitou o encontro com Marta Temido para apresentar uma proposta do médico Munhoz Frade para a criação de uma unidade de cuidados paliativos. O estudo, com três anos, “preconiza uma agilização do processo de transição de doentes da medicina interna para os cuidados paliativos, que beneficiaria principalmente os doentes que carecem de cuidados de maior complexidade”. O presidente da federação socialista sugeriu ainda “a constituição de novos instrumentos para contratação de médicos para o interior, quer por via legislativa, quer por via do reforço da tabela remuneratória dos médicos que decidam fixar-se” no Baixo Alentejo.

 

ULSBA COM 20 NOVOS MÉDICOS INTERNOS

 

A Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (Ulsba) recebeu 20 novos médicos internos para realizaram formação geral ou específica no hospital de Beja e nos centros de saúde da região. Segundo a Ulsba, 14 dos 20 novos médicos internos vão realizar a formação específica em oito especialidades e seis a formação geral (o antigo ano comum). O novo grupo de médicos veio juntar-se aos 37 internos de especialidades hospitalares e nove de medicina geral e familiar que já estavam em formação nesta unidade de saúde. “A vinda dos médicos internos para a Ulsba é sempre encarada com grande satisfação” porque “promove a dinamização dos serviços clínicos e cria a possibilidade de fixação de médicos na região, recursos humanos tão necessários”, frisa a entidade, em comunicado.

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