Diário do Alentejo

Onda de frio prolongada está a terminar

14 de janeiro 2021 - 09:30

As temperaturas deverão aumentar gradualmente nos próximos dias e voltar a valores normais para a época, anunciou hoje o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), depois de uma onda de frio invulgarmente prolongada e generalizada.

 

"A previsão aponta para que nos próximos dois a três dias já haja um regresso aos valores normais da temperatura mínima e máxima do ar. Já hoje verificámos que alguns locais já tiveram valores de temperatura máxima próximos do que consideramos normal e a temperatura mínima também já subiu um bocadinho em grande parte do território continental. A tendência para os próximos dias é que os valores voltem aos normais para a época", disse o meteorologista Ricardo Deus.

 

Este tipo de fenómenos acontece frequentemente, não acontece é com esta intensidade e esta extensão tão grande em tempo e em espaço", afirmou, acrescentando que com o regularizar das temperaturas, deverão também ser levantados os avisos de tempo frio até sexta-feira.

 

Na região de Lisboa, a partir de quinta-feira e até dia 22, a previsão é de máximas entre 14 e 17 graus e mínimas a partir dos oito graus na maior parte dos dias. Para Bragança, Beja e Aveiro também se preveem máximas acima dos 12 graus para o mesmo período, embora com algumas flutuações.

 

A onda de frio, caracterizada por uma "massa de ar frio e seco", começou no dia 24 de dezembro de 2020 e nas últimas três semanas só houve um dia (28 de dezembro) com temperaturas mínimas próximas do normal para a época. O dia mais frio verificou-se a 09 de janeiro, em que a temperatura média do território foi apenas de 2,98 graus centígrados e os valores de temperatura máxima foram os mais baixos dos últimos 20 anos nas estações da Guarda, Aldeia do Souto, Lousã e Portel. Na terça-feira, as mínimas ficaram abaixo dos zero graus em 75 por cento do território do continente, variando entre 8,2 graus negativos em Miranda do Douro e 4,3 graus em Cabo Raso e Olhão.

 

"Não é usual termos um episódio tão extenso", reforçou Ricardo Deus, indicando que "são situações muito particulares que têm a ver com a posição dos centros de ação, nomeadamente os anticiclones e algumas zonas de pressão, que fizeram com que durante muitos dias consecutivos Portugal Continental fosse afetado por esta massa de ar frio e seco que atingiu também toda a Europa e Península Ibérica".

 

Durante cerca de três semanas, houve mais de 10 dias consecutivos com temperaturas negativas em um terço das estações meteorológicas do continente. No distrito da Guarda e no norte do distrito de Santarém, as temperaturas negativas verificaram-se durante 16 dias consecutivos.

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