A Liga dos Bombeiros Portugueses pediu à tutela para abrir um inquérito ao acidente que provocou queimaduras a dois bombeiros, um deles está em estado grave, durante o combate a um incêndio em Castro Verde.
Em comunicado, a Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) refere que dois bombeiros sofreram queimaduras no incêndio rural que ocorreu na segunda-feira, em Castro Verde, e um deles tem mais de 70% do corpo queimado.
“Presumivelmente o equipamento de proteção individual (EPI) não terá cumprido a missão de proteção aos bombeiros, pelo que a LBP já solicitou ao Ministro da Administração Interna que seja aberto um rigoroso inquérito a este acidente e que o EPI seja enviado para o CITEVE (laboratório da especialidade), para a devida análise técnica”, sublinha a Liga.
A LBP refere que pretende, com a abertura do inquérito, “apurar rigorosamente a qualidade do equipamento”.
No sábado, um bombeiro morreu e três outros ficaram feridos quando estavam a combater um incêndio na serra da Lousã (Coimbra) e na segunda-feira quatro bombeiros sofreram ferimentos, um deles com gravidade, durante um fogo em Castro Verde.
Entretanto, a Associação Portuguesa dos Bombeiros Voluntários pediu que sejam reforçados e substituídos imediatamente os equipamentos de proteção individual usados pelos bombeiros no combate aos incêndios rurais, que muitas vezes estão com “excesso de utilização”.
Em comunicado, a Associação Portuguesa dos Bombeiros Voluntários (APBV) refere que tem acompanhado de perto os recentes acidentes no combate a incêndios envolvendo equipas de bombeiros voluntários, sublinhando que “independentemente das circunstâncias em que ocorreram” vão ser “certamente clarificadas nas investigações" que estão a ser feitas a pedido do Ministério da Administração Interna.
Esta associação diz que há muito vem alertando para “a necessidade de reforço e de substituição dos equipamentos de proteção individual utilizados pelas equipas dos bombeiros voluntários empenhadas no combate aos incêndios rurais, que em muitas situações estão com excesso de utilização”.
Segundo a APBV, as corporações de bombeiros voluntários não recebem equipamentos de proteção individual desde 2014 e encontram-se “sem capacidade de reposição”, levando a que muitos dos equipamentos usados em combate tenham neste momento "seis anos de utilização e centenas de lavagens".
A APBV refere ainda que na semana passada enviou um ofício ao ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, a dar conta desta necessidade, mas até ao dia de hoje não obteve qualquer resposta.