Diário do Alentejo

Dupla Ricardo Filipe/Filipe Carvalho, em Skoda Fábia R5, venceu o 15.º Rali Flor do Alentejo – Cidade de Serpa

31 de maio 2024 - 15:00
Um grande espetáculo
Fotos | Firmino PaixãoFotos | Firmino Paixão

Ricardo Filipe, piloto que disputa o Campeonato de Portugal de Ralis, trouxe o seu Skoda Fabia R5 à cidade de Serpa para vencer o 15.º Flor do Alentejo, pondo termo a uma sequência de triunfos do serpense Carlos Martins (Mitsubishi Lancer) que, neste ano, não alinhou.

 

Texto|  Firmino Paixão

 

Pontuável para o Campeonato Star Sul de Ralis e para o Campeonato Start 2 RM Sul de Ralis, o Rali Flor do Alentejo –Cidade de Serpa é uma organização da Secção de Motorismo da Sociedade Artística Reguenguense, de Reguengos de Monsaraz, com o patrocínio do município de Serpa e da Cooperativa Agrícola de Beja e Brinches, que, neste ano, atingiu a sua décima quinta edição.

 

O rali teve um elevado número de presenças (30 carros), entre as quais dois pilotos que disputam, habitualmente, o Campeonato de Portugal de Ralis (CPR): José Paula (Citroën C3 Rally2) e Ricardo Filipe (Skoda Fabia R5), que, navegado por Filipe Carvalho, acabou por vencer a prova, ganhando seis das sete especiais cronometradas, falhando apenas a super especial em asfalto, vencida por Fernando Peres, por erro da tripulação do Skoda, que deu duas voltas a uma rotunda, quando o caderno de itinerário previa apenas uma.

 

O grande ausente deste rali, que já venceu por um incontável número de vezes, foi o serpense Carlos Martins, que, ainda assim, conseguiu estar em Serpa a tempo de dar espetáculo, com o seu Mitsubishi Lancer Evo, nos momentos que antecederam a super especial noturna, em asfalto.

 

Depois de subir ao lugar mais alto do pódio, o piloto Ricardo Filipe disse ao “Diário do Alentejo”: “Conheço o rali de Serpa há muitos anos. Já competi aqui no passado, há uns aninhos. Correu tudo muito bem, os troços são muito giros, tenho aqui muitos amigos e consegui juntar as duas coisas, rever alguns amigos, divertindo-me a fazer esta prova. Estamos no Campeonato de Portugal de Ralis e para não perder o ritmo competitivo, vim fazer esta espécie de teste, uma vez que não estive no Rali de Portugal, e esse foi também mais um dos motivos que me trouxe cá”.

 

Por outro lado, adiantou: “O Skoda está impecável, a ‘Racing 4You’ tem preparado muito bem o carro, as notas do roadbook estavam boas e o resultado apareceu. Foi mais um rali de que gostámos bastante, porque os troços são particularmente rápidos, muito divertidos e feitos a velocidades alucinantes”. Lamentando a ausência de Carlos Martins, o piloto referiu: “Gostava que ele tivesse estado presente, para fazermos uma discussãozinha engraçada. Não foi possível da parte dele, mas esperamos poder vir cá para o ano e esperamos que ele também esteja”.

 

Quanto à organização, pela voz de Carlos Medinas, o diretor da prova, a avaliação foi muito positiva, tendo em conta até o crescente número de inscrições. “Foi uma prova muito bem disputada, com uma lista de desistências elevada, o que revela a exigência e a qualidade dos troços de Serpa, que são do agrado de todos os pilotos. Tive oportunidade de falar com alguns que sublinharam isso, principalmente, o troço de Sopos que é, absolutamente, fantástico. Gostaram dos troços e da exigência dos mesmos. Podemos dizer que saímos com a missão cumprida”.

 

O impedimento de Carlos Martins também foi referido por Medinas: “Por um lado, neste ano recebemos a boa notícia de contarmos com dois dos carros R5, que disputam o CPR, e esperávamos, eventualmente, um terceiro, que seria o do Carlos Martins, que, por motivos de ordem familiar, não pôde estar presente”.

 

Por isso, ficará sempre a dúvida se Carlos Martins continuaria o seu percurso vitorioso na prova. “A concorrência, neste ano, estava alta, mas fica essa incógnita, que seria interessante, e pode ser que para o ano isso aconteça, saber se o Carlos voltará a defender o seu título e que estejam cá alguns carros do Campeonato de Portugal. O Ricardo Filipe e o José Paula, o piloto açoriano que nos visitou, saíram satisfeitos, gostaram dos troços e da organização e pode ser que, no próximo ano, possamos ter aqui mais alguns carros de topo, para valorizar ainda mais esta prova”.

 

Agora já se olha para o ano de 2025 e para o que será a edição número 16, mas Carlos Medinas foi cauteloso: “Vamos aguardar. Neste ano houve uma alteração por parte do município de Serpa. Habitualmente o apoio era logístico e, neste ano, foi um apoio financeiro, com todo o custo a ser suportado pela Sociedade Artística Reguenguense”.

 

Contudo, fica uma boa expectativa. “Vamos ver se, para o ano, conseguiremos juntar aqui apoios, ideias, horários e dias, numa nova edição, porque, neste ano, tivemos algumas dificuldades, por questões que se prenderam com uma sobreposição de eventos. Mas acreditamos que em 2025, com uma melhor comunicação, algo que talvez tenha falhado neste ano, as coisas possam resolver-se novamente. Contudo, o município terá sempre a palavra final, sendo, como é, o principal parceiro, embora o alvará seja nosso. Quanto à Cooperativa Agrícola de Beja e Brinches, com os azeites ‘Flor do Alentejo’ estou convicto de que, sendo novamente solicitados, acederão naturalmente”, concluiu.

 

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