Diário do Alentejo

Mitsubishi de Carlos Martins/Daniel Amaral dominou o Rali Flor do Alentejo – Cidade de Serpa

19 de maio 2023 - 13:00
"Serpa é a nossa terra..."
Foto | Firmino PaixãoFoto | Firmino Paixão

O piloto serpense Carlos Martins e o navegador Daniel Amaral, ao volante de um Mitsubishi Lancer Evolution VII, foram os vencedores absolutos da décima quarta edição do Rali Flor do Alentejo – Cidade de Serpa, terceira prova do Campeonato Regional de Ralis do Sul da FPAK.

 

Texto Firmino Paixão

 

Sete provas especiais de classificação (PEC) com duplas passagens nos troços de Santa Iria, A-do-Pinto e Sopos, além de uma super especial em asfalto, deram forma a esta edição, a décima quarta do Rali Flor do Alentejo – Cidade de Serpa, terceira prova do Campeonato Regional de Ralis do Sul, da Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting.

 

Carlos Martins/Daniel Amaral foram os mais rápidos em todos os troços cronometrados e, mais uma vez, arrebataram o triunfo no rali da Terra Forte, o que se vai tornando numa tradição, também muito forte e dominadora, para o piloto natural de Serpa.

 

A organização traçou um balanço muito positivo da prova, não obstante a neutralização da sétima, e última, PEC, devido a um acidente com o Mitsubishi de João Bica/João Sena, de que resultaram apenas danos materiais. A prova pontuou igualmente para o campeonato Start Sul, categoria em que venceu o BMW 316 de Paulo Anselmo/André Silva, sétimos na geral absoluta.

 

Carlos Martins, em declarações ao “Diário do Alentejo”, disse: “Serpa é a nossa terra, é a nossa casa, gostamos sempre que corra tudo bem, e correr bem é ganhar. Talvez seja a prova que melhor preparamos, porque temos mais tempo, mais disponibilidade e acabamos sempre por andar aqui muito bem”.

 

Quanto ao aspeto desportivo, que não o emocional, que deriva do triunfo, o piloto considerou que “foi interessante” e que “não se verificaram tantas diferenças como no ano passado”. “O facto de estarmos a repetir classificativas e serem os mesmos pilotos a fazê-lo, leva a que eles também aprendam a conhecer melhor os percursos”, justificou.

 

Porém, sobre o ritmo e o domínio avassalador que imprimiu ao Mitsubishi, considerou: “Deu para ir construindo melhor uma diferença e, no fim, o resultado foi dilatado, sabendo que houve alguns azares de outros protagonistas: o Fernando Peres teve um problema de caixa – já estava com um pouco de atraso, mas não deixa se ser sempre um adversário de qualidade –, o Márcio Marreiros também avariou… Enfim, foi uma prova interessante, muito boa para nós porque não tivemos percalços absolutamente nenhuns. Não batemos, não tocámos em absolutamente nada, o carro esteve sempre na estrada e, para nós, foi positivo”.

 

Porém, Carlos Martins fez questão de recordar: “Há menos de um mês tive um acidente grande, em Portimão, felizmente sem consequências físicas, mas o carro ficou destruído. Isto foi num domingo e, na segunda-feira, desmontámos o carro todo, começámos a repará-lo e este que venceu hoje foi o mesmo carro que bateu em Portimão. Toda a gente viu uma carroçaria toda empenada, tudo partido e, ao fim de um mês, o carro esteve aqui impecável e a ganhar”.

 

Mas isto, garantiu o piloto, “ficou a dever-se ao trabalho de muita gente”. “Tínhamos material suplente do segundo carro que temos, mas houve um trabalho notável do Carlos Fernandes, dos nossos mecânicos Meireles e Alan. Toda a equipa foi espetacular e as coisas depois têm mais sabor”.

 

Dito assim, até parece fácil, mas não será tanto assim. “Costumo dizer que nunca é fácil, porque nós estamos sempre com muita vontade de ganhar. E nunca desistimos. Gerimos os problemas que nos aparecem, evitamos também esses problemas, que é a melhor forma de os resolver. Pomos uma toada rápida e divertimo-nos sempre muito porque os troços são espetaculares. Ainda há pouco estava a falar com o João Luz e ele disse-me que é impressionante não se fazer uma mega prova de rali em terra batida nesta região [concelhos de Beja, Mértola e Serpa] com as condições que existem. O Norte é muito bonito, mas o Alentejo não lhe fica nada atrás, as grandes classificativas estão aqui”.

 

Quanto à fiabilidade do Mitsubishi, Carlos Martins confessou: “Estamos muito ‘casados’ com o carro, não precisamos de muitos quilómetros para as sensações se ativarem. Já existe muito pouco a descobrir neste carro”. Depois, a experiência do navegador Daniel Amaral: “Em Portimão andei com um negador novo, o acidente não teve nada a ver com isso, porque o Nuno Mota Ribeiro é um grande navegador, mas eu e o Daniel temos um encaixe e uma forma de fazer as coisas que vem de muitos anos nisto. Ele sabe o que eu quero, eu sei o que ele pensa, sabemos tudo um do outro, tem sido um trabalho espetacular”.

 

Sem ter competido no Rali Casinos do Algarve, por opção, com um acidente no Rali de Portimão, Carlos Martins soma apenas os 25 pontos do triunfo em Serpa, por isso, as metas estão condicionadas. “Viemos para esta prova a zero.

 

Até ao final do ano, se quisermos ser campeões, teremos que ganhar e os nossos adversários perderem, e não podem ser sempre segundos, pelo menos o Márcio Marreiros, atual líder. Nas corridas não existe o se, mas eu vou dizer que se conseguirmos manter o nosso ritmo de fiabilidade poderemos pensar no campeonato”.

 

CLASSIFICAÇÃO ABSLOUTA

  • 1.º Carlos Martins/Daniel Amaral (Mitsubishi), 41’48.8;
  • 2.º Armando Carvalho/Ana Santos (Mitsubishi), 43’09.1;
  • 3.º José Carlos Paté/Hermes Banza (Mitsubishi), 44’41.2;
  • 4.º Rui Rijo/Rui Serra (Mitsubishi), 44’47.8;
  • 5.º Fernando Teotónio/Luís Morgadinho (Mitsubishi), 45’25.0;
  • 6.º Nuno Venâncio/Fernando Almeida (Mitsubishi), 45’55.6;
  • 7.º Paulo Anselmo/André Silva (BMW 316), 46’13.0;
  • 8.º Luís Nascimento/Leonido Madeira (Opel Corsa), 46’13.7;
  • 9.º Paulo Cruz/Hugo Bentes (Mitsubishi), 47’33.5;
  • 10.º Viana Martins/Pedro Contente (Peugeot 208), 47’40.8;
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