Os Salesianos de Évora sagraram-se campeões regionais de basquetebol no escalão de sub/14 masculinos, derrotando, na final disputada na cidade de Beja, a formação do Beja Basket Clube, pela marca de 59-63.
Texto Firmino Paixão
Uma final muito intensa, e bem disputada, entre o anfitrião Beja Basket Clube, favorito na conquista do título, e os Salesianos de Évora, a formação surpresa desta etapa competitiva. Só no primeiro período de jogo os bejenses estiveram em vantagem no marcador (12/10), situação que os eborenses inverteram nos restantes registos parciais, 27/29 no segundo período, 40-49 no terceiro e o resultado final de 59- -63. Um triunfo muito festejado pelas hostes dos Salesianos, até porque, como o seu próprio treinador, João Sousa, comentou, não eram favoritos: “A equipa de Beja sim, essa era a grande favorita”. Contudo, explicou que: “Foi um grande trabalho duma equipa que tinha nos cinco iniciais, o cinco mais forte, um jogador sub/12, dois sub/13 e um sub/14, mas que fizeram um jogo surpreendente”.
João Sousa fez questão de recordar que os seus jogadores “estavam conscientes de que tinham perdido na fase regular, em casa por um ponto, e depois, em Beja, por cerca de 30 pontos, algo que suscitava muita incerteza para esta partida”.
Mas, insistiu: “Eles foram, de facto, uns grandes heróis. Tiveram muita vontade, muita determinação, defrontando uma equipa que, até aos dias de hoje, tinha sido claramente superior mas que, hoje, conseguimos vencer”.
Em finais recentes, Os Salesianos tinham conseguido o quarto lugar em sub/18, o terceiro em sub/16 e, agora, o primeiro em sub/14, algo que suscitou em João Sousa a afirmação de que “tirando a hegemonia da equipa de Beja, que também é saudável, porque, de facto, as hegemonias são boas, mas, podermos quebrá-las é melhor para todos, digamos que existe uma melhor distribuição das alegrias”. O técnico dos eborenses quis ainda deixar a nota de que levaram “uma imagem muito boa, correu tudo muito bem, gostámos muito e, para além da vitória que conseguimos, temos realmente de agradecer um trabalho muito correto da arbitragem. Todos os jogos se realizaram sem casos, e, isso, certamente que agradou a toda a gente”.
Apesar das opiniões generalizadas de que o pavilhão da Escola de Santiago Maior não tem o mínimo de condições para acolher este tipo de eventos, sem lugares para público, e, sobretudo, com deficiências no sistema de aquecimento de água nos balneários dos atletas.
O título, esse, garantiu João Sousa, “é muito especial para o clube e muito especial para todos os miúdos”. “Eles são 22, temos uma equipa A e outra B, treinam todos juntos, é um grupo muito grande, sai daqui muito fortalecido. Existem poucos jogadores de basquetebol no Alentejo e nós temos todos estes jovens a darem-nos uma garantia de futuro, por isso, é bom que eles gostem de jogar e, melhor ainda, que ganhem”. Feito também importante para a comunidade salesiana.
“A comunidade salesiana de Évora pauta-se por regras muito claras no apoio às crianças, queremos que eles todos joguem de uma forma muito leal, tenham o máximo de desportivismo e que, antes de mais, que queiram ganhar a alegria de jogar, e depois marcarem mais pontos que o adversário, porque levam daqui um troféu que os deixa radiantes”, concluiu.
Nos bastidores dos vencidos, onde, seguramente, existiu a convicção de que o clube poderia chegar à tripleta, o técnico Bruno Cavaco explicou: “Apesar de termos trabalhado para isso, houve situações durante a final em que não conseguimos lá chegar. Fizemos um bom torneio no primeiro e no segundo jogo, perdemos o decisivo, mas saímos de cabeça erguida”. Lembrou ainda: “Nós já tínhamos vencido os Salesianos durante a fase regular do campeonato e no torneio de abertura mas, neste jogo, ficámos um bocado aquém, faltou-nos qualquer coisa, algo que nos retirou alguns pontos cruciais que podiam ter feito a diferença, contra uma equipa que esteve inspirada e que conseguiu marcar uns quantos triplos que nós não esperávamos”.
Contudo, assegurou: “Existem sempre coisas a melhorar, neste caso, esta foi a minha primeira experiência como treinador, adorei estar aqui, foi uma fase final incrível, foi pena termos ficado aquém do título, mas estamos a falar de uma equipa com grande margem de progressão”.
Neste escalão podem competir equipas mistas, razão pela qual a Associação de Basquetebol do Alentejo diferenciou os prémios individuais. O basquetebol volta a Beja neste fim de semana com a realização da fase final sub/16 (grupo 2).
CAMPEONATO REGIONAL SUB/14 MASCULINOS
Resultados:
- Beja Basket Clube-NSCP Vendas Nova, 105-30;
- Salesianos Évora-Atlético Reguengos, 73-60;
- Beja Basket Clube-Atlético Reguengos, 71-67;
- Salesianos Évora-NSCP Vendas Novas, 71-42;
- NSCP Vendas Novas-Atlético Reguengos, 49-87;
- Beja Basket Clube-Salesianos Évora, 59-63;
Classificação:
- 1.º Salesianos de Évora, 6 pontos;
- 2.º Beja Basket Clube, 5 pontos;
- 3.º Atlético de Reguengos, 4 pontos;
- 4.º Núcleo SCP Vendas Novas, 3 pontos;
Prémios Individuais:
- Jogador MVP Feminino | Mariana Leitão (Atlético de Reguengos)
- Jogador MVP Masculino | Luís Janeiro (Atlético de Reguengos)
- Prémio Fair Play | Tomás Marcão (Atlético de Reguengos)
- 5 Ideal Feminino | Maria Janeiro, Maria Ramalho e Mariana Leitão (Atlético de Reguengos), Patrícia Barreto e Sofia Bicho (Núcleo SCP Vendas Novas).
- 5 Ideal Masculino | Alexandre Pavia e Henrique Reis (Beja Basket Clube), Carlos Ponte Sousa e Lucas Saffian (Salesianos) e Luís Janeiro (Atlético de Reguengos).