“Ficámos muito satisfeitos, as condições que nos proporcionaram foram excelentes, as pessoas foram bastante atenciosas e simpáticas connosco e, claramente que esta região será uma opção para o futuro”, disse, ao “Diário do Alentejo”, o coordenador técnico da Escola de Triatlo do Sporting Clube de Portugal, André Campos.
À beira da piscina e antes de mais um treino de natação, o técnico, revelou como descobriu este espaço. “Sou treinador de natação há muitos anos e fiz também natação de competição, portanto este espaço já o conhecia por ter feitos aqui alguns estágios.
A nossa opção de virmos aqui estagiar também surgiu porque temos uma atleta de Portel e o pai alertou-nos para as ótimas condições, quer das piscinas, quer no plano de água do Alqueva, e o município de Vidigueira deu-nos toda a liberdade para aqui treinarmos. Estamos muito satisfeitos e, por isso, temos que agradecer muito, quer ao município de Vidigueira, quer aos responsáveis por este espaço, que tem, realmente, excelentes condições”.
Sendo o triatlo um desporto combinado (natação, corrida e ciclismo) a região proporciona também uma excelente oferta para uma prática desportiva diversificada, como sublinhou André Campos. “Sim, ficámos muito satisfeitos com os percursos que a região nos proporcionou, obviamente que estamos numa altura de muito calor, mas aproveitámos os momentos do dia com as temperaturas mais frescas, logo pela manhã ou ao final da tarde, para realizarmos os treinos com maior intensidade e correu realmente tudo na perfeição”.
Sobre os objetivos do estágio, André Campos, comentou que: “Estivemos aqui, durante 10 dias, a preparar algumas provas específicas para alguns atletas. Não estivemos a prepará-los todos para as mesmas competições. Temos o Campeonato da Europa de Juniores, no dia 28, perto de Barcelona, portanto, saímos daqui diretos para Barcelona com a equipa que vai competir nesse europeu, sempre evitamos a viagem desde Lisboa e poupamos logo duas horas. Temos mais atletas que estão a preparar a Taça da Europa, que se disputará no dia 4 de setembro, em Alhandra, e depois temos outros a preparar o reinício da época normal, na medida em que, em meados de setembro, já teremos provas do campeonato nacional de clubes de triatlo, portanto, com objetivos diferentes, mas estamos todos a trabalhar com um determinado foco”.
A equipa era mista e diversificada, com muitos atletas oriundos da Escola de Triatlo do Sporting.
“Passaram por aqui, numa primeira fase, nove atletas, depois vieram mais três, todos com idades entre os 16 e os 28 anos, é um universo muito heterogéneo. Nós temos uma Escola de Triatlo, aliás esse é o ‘ADN’ do Sporting, a área da formação, o triatlo existe no clube desde 2009 e, logo em 2010, criámos a Escola. Muitos destes atletas são já fruto da nossa formação, alguns dos que estão aqui na equipa principal vieram realmente da nossa escola e são ainda muito jovens”. Uma escala no Alentejo, ponto de partida para novas conquistas da equipa leonina, admitiu o coordenador.
“Sim, desde o início que nós criámos logo uma equipa competitiva, uma equipa que disputa o campeonato nacional de clubes de uma forma constante. Temos atletas já em Jogos Olímpicos, temos um outro atleta já apontado para os Jogos Paralímpicos de 2024, em Paris, e temos atletas que competem em Taça da Europa e do Mundo e que têm já uma grande perspetiva internacional”.
Nos últimos tempos o Complexo de Piscinas tem sido notícia pela presença de equipas de desportos aquáticos. Luís Carlos Fresco, vereador do município de Vidigueira, com o pelouro do desporto, adiantou, ao nosso jornal, isso mesmo.
“Temos sido procurados por diversos clubes, naturalmente que predomina a procura da região, mas também temos recebido atletas de clubes de maior impacto nacional e, por vezes, temos também atletas olímpicos aqui a treinar”. Presenças pontuais e não protocoladas, acrescentou.
“Sim, aparecem sem que tenham estabelecido qualquer acordo connosco, como sucedeu com a equipa de Triatlo do Sporting, em que estabelecemos um protocolo para eles poderem aceder e usufruir das nossas instalações, mas porque as pessoas são reconhecidas e os nossos colaboradores das piscinas, às vezes, sinalizam-nos que esteve cá este ou aquele nadador, às vezes olímpico, e é nesse sentido que nós temos esta abertura de recebermos todos aqueles que queiram desfrutar deste equipamento, que é grande e sobredimensionado para o nosso território e, como tal, faz todo o sentido termos outras equipas a utilizá-lo”. E, assim, descobrem a Vidigueira e a qualidade do seu complexo de piscinas, explicou Luís Fresco. “Pelo conhecimento, existirá um ‘passa-palavra’ que é, sem dúvida, a melhor promoção, depois há pessoas ligadas ao desporto que conhecem as nossas piscinas, que os aconselham e lhe dão os nossos contactos, para falarmos institucionalmente, e nós temos sempre a porta aberta para todos aqueles que aqui queiram vir”,
De resto, não só as piscinas, como todo um território cheio de diversidade, potencia a prática desta e de outras modalidades, anuiu o autarca. “No nosso território, para além da nossa capacidade de resposta para atividades em meio aquático aqui no nosso complexo de piscinas, temos depois uma série de trilhos já pré-definidos nas várias freguesias do nosso concelho e são recursos que o público ou as equipas podem utilizar, desfrutando da nossa paisagem e dos caminhos já definidos para os seus treinos”.
Por outro lado, poderá ser também um “click” que desperte o movimento associativo local para estas práticas. “Tendo o nosso concelho uma baixa densidade populacional, é difícil o desenvolvimento de outras modalidades para além daquela que é conhecida como o desporto-rei, o futebol, no entanto, nos últimos tempos, já conseguimos reativar o andebol e, o clube local também já possui uma secção de atletismo”, concluiu.