Diário do Alentejo

Despertar Sporting Clube regressa "às duas rodas"

05 de abril 2022 - 10:25
Foto | Firmino PaixãoFoto | Firmino Paixão

O Despertar Sporting Clube já apresentou, oficialmente, a sua equipa amadora de ciclismo. Quinze corredores, maioritariamente na categoria de masters, também dois ciclistas mais jovens, mas todos comprometidos com a valorização do clube e a promoção da sua cidade e da sua região.

 

Texto Firmino Paixão

 

A águia despertariana volta a pedalar sobre duas rodas. O ciclismo, modalidade de que existem notícias de ter sido praticada no clube no início do século vinte, volta a ser uma oferta do emblema bejense, para quem o queira praticar. O pelotão da Volta ao Alentejo que,  viu misturarem-se-lhe camisolas listadas a vermelho e preto, para que, com a anuência da organização da prova e a cumplicidade da Associação SCAV-Sport Clube Almodôvar, fosse apresentado o novo projeto velocipédico do Despertar Sporting Clube.

 

Uma coincidência? Não! Talvez a gestão de uma excelente oportunidade, esta de levar a novel equipa para junto do pelotão nacional, concordou Cláudio Silva, vice-presidente do clube: “Sim, nós queríamos que esta apresentação coincidisse com algum evento que desse, também, alguma visibilidade à equipa e, por isso, proporcionou- se estarmos presentes na partida de Beja da Volta ao Alentejo, um evento que marca a região e o Alentejo na generalidade e aproveitámos para fazermos a nossa apresentação”.

 

Um momento que mais tarde será recordado, talvez sinalizando que a Alentejana possa ser uma madrinha imaterial da equipa bejense, admitiu o responsável pela secção de BTT e Ciclismo do Despertar. “Sim, e isso, às vezes, até pode ser um bom prognóstico para o nosso desempenho futuro, além de que tivemos também a presença e o apoio da equipa do SCAV, com o Pedro Barão, e de alguns atletas, nomeadamente os almodovarenses Henrique Casimiro e o Daniel Mestre, que também faziam parte daquilo que foi a comitiva alentejana nesta Volta ao Alentejo e que nos apadrinharam nesta apresentação”.

 

Quanto ao projeto, pormenorizou: “É simples, é criar uma equipa master para competir no campeonato nacional, em algumas provas, também, de âmbito nacional, além de corridas em Espanha”, recordando ainda que “este ano já corremos uma em Don Benito e outra em Leganés. E tentaremos que um dos nossos atletas se possa sagrar campeão nacional num dos escalões. Temos o Rui Guerreiro que se juntou a nós este ano, nasceu em Beja, mas vive no Algarve, aceitou o nosso convite. Esta época o Rui sagrou- se já vice-campeão de pista nas vertentes de ‘scratch’ e ‘perseguição’. Portanto, vamos tentar os melhores resultados, mas o primeiro objetivo é darmos à cidade uma vertente que não possuía e, com isto, já fechamos uma lacuna”.

 

Não há muito tempo, o Despertar iniciou também a atividade de uma escolinha para miúdos entre os quatro e os dez anos: “Uma vertente que complementa as outras atividades do âmbito escolar e desportivo, sem colidir com ninguém, é antes de mais uma oportunidade, mais uma oferta que nós temos para eles”, referiu. Depois, também o reforço do ecletismo do clube, anuiu o dirigente.

 

“Sim, uma aposta desta direção é, realmente, tornar o clube cada vez mais eclético. Também já temos alguns atletas a praticar trail e estamos a filiar o clube no atletismo, para podermos participar no campeonato regional de trail que vai arrancar em abril e para proporcionarmos mais uma oferta para a população de Beja, apesar de estarmos já muito bem representados no que diz respeito ao atletismo, mas seremos mais uma opção para as pessoas”.

 

Cláudio Silva sublinhou também que “a nossa equipa é formada por atletas na sua maioria da nossa região e da nossa cidade, tem um núcleo grande de Santa Vitória, tem atletas do Penedo Gordo e de Aljustrel, pessoas que aceitaram o nosso convite, o que nos permitiu reunir um total de quinze atletas federados, com dois diretores desportivos, e vamos tentar crescer e promover a nossa cidade”. Ou seja, um misto de atletas que representam terras com grandes tradições na modalidade, uma escolha cirúrgica? “Não! Houve alguma coincidência, temos dois atletas de Aljustrel que competem por nós em estrada e representam o CRIRA no BTT, foi esse o acordo que fizemos, as coisas tem que ser mesmo assim e a Federação permite. Não há necessidade de andarmos a colidir uns com os outros. O Penedo Gordo e Santa Vitória tiveram grandes ciclistas no passado, mas acreditamos que essa qualidade ainda se mantém e apostamos que os nossos ciclistas serão o testemunho disso”.

 

A valorização do clube e a promoção da cidade estão na roda do projeto, porém, isso só se fará com muita ambição, admitiu o diretor desportivo da equipa. “Claro, mas a ambição está no ‘adn’ deste clube e qualquer dos nossos atletas, seja em que modalidade for, transporta sempre a vontade de estar ao melhor nível e dar o seu melhor pelo emblema e pela modalidade que representa. O Despertar é um clube que procura, obrigatoriamente, bons resultados. E sempre com a maior ambição. A partir de meados de outubro vamos arrancar com um projeto absolutamente inovador na região, através de um ‘gabinete de performance’, apostamos forte na formação, aliás, esse deve ser um dos pilares dos clubes, quem não o fizer, mais tarde ou mais cedo pagará a fatura e nós temos sempre presente essa disciplina, como temos sempre ambição, em cada compromisso onde entrarmos, estaremos lá para ganhar ou para andarmos nos lugares cimeiros e temos atletas para isso. O grupo tem várias especialidades, são quinze ciclistas, todos eles com uma vontade enorme de darem o melhor pelo Despertar Sporting Clube”, concluiu.

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