Diário do Alentejo

Hélio Cataluna preside à Associação Columbófila de Beja

09 de dezembro 2021 - 10:35

Texto Firmino Paixão

 

O columbófilo serpense Hélio Cataluna, vice-presidente com o pelouro desportivo na direção cessante, sucedeu ao bejense Bruno Helena na presidência da direção da Associação Columbófila do Distrito de Beja.

 

O compromisso do novo presidente com a direção cessante deixa adivinhar que o novo ciclo de quatro anos será pautado pela continuidade dos projetos que vinham a ser desenvolvidos. A promoção da modalidade, preservando as coletividades e os columbófilos que estão no ativo, a realização da Feira Ibérica de Columbofilia, já marcada para dezembro de 2022 e o projeto de concretização de uma sede social para a associação. São ideias aqui deixadas pelo novo dirigente máximo da columbofilia distrital, que promete uma política de maior proximidade com as coletividades.

 

Que motivação sentiu para assumir a presidência da ACD Beja, apesar de já fazer parte do elenco anterior?

Já estou ligado à associação há alguns anos e há quatro que integrava os órgãos sociais cessantes como vice-presidente. Então, como o presidente Bruno Helena decidiu não continuar, fazia todo o sentido dar continuidade ao projeto que abraçámos há quatro anos. Um projeto ambicioso, que visava reestruturar a associação, essencialmente no sentido de criamos melhor logística para os nossos pombos, que são os nossos atletas, e fazia sentido, neste momento, que esta equipa continuasse, sem querer dizer com isto que não existiam outras pessoas tão válidas para fazerem esse trabalho. Mas a equipa é a mesma, com exceção do Bruno Helena que, por motivos pessoais, achou que era o momento de sair. Nós, eu particularmente, estamos dispostos a dar a cara por este projeto. Vamos dignificar a columbofilia do distrito de Beja, tanto ou mais do que aquilo que já foi feito no passado.

 

Uma equipa, digamos, rotinada, com uma máquina perfeitamente “oleada”, que se propõe fazer um trabalho de continuidade, sem qualquer tipo de rompimento com o passado?

Queremos dar continuidade ao projeto que iniciámos há quatro anos. Quatro anos parecem muito tempo, mas é pouco. Conseguimos ajustar muitas coisas, mas não ajustámos tudo… como bem referiu a máquina está “oleada”, a equipa está a trabalhar, mas pretendemos sempre melhorar o desempenho, sobretudo em função de sermos mais perfeitos, no sentido de as coletividades de todo o distrito serem melhores e trabalharem bem para que, no global, consigamos ter bons resultados.

 

Uma das bandeiras do executivo anterior passou pela promoção da modalidade, pretendendo dar mais visibilidade à columbofilia. Essa ideia permanecerá?

Garantidamente que sim. Infelizmente, este ano, não se dará continuidade ao projeto da Feira Ibérica, porque a conjuntura de pandemia em que se vive ainda não o permite, mas projetamos que em 2022 ela aconteça e já está agendada para os dias 1 a 3 de dezembro. Gostávamos de contar com algum apoio da comunicação social, algo que acho que não tem sido o suficiente. Repare: quantos campeões nacionais existem no distrito de Beja em qualquer modalidade? Poucos! A columbofilia tem muitos. Temos que dar mais divulgação a isso.

 

De que forma pensa que é possível fazê-lo? A associação está devidamente aberta à comunidade?

Nós também somos uma comunidade columbófila fechada. Infelizmente é verdade. Não revelamos para o exterior o quanto ganhamos e os sucessos que conseguimos. A columbofilia tem muitos campeões nacionais no distrito de Beja, muitos mais do que em qualquer outra modalidade e, com a vossa ajuda, já estamos a tentar que isso seja mais visível, mas queremos que seja mais e melhor.

 

Sente que também será necessária uma maior proximidade às coletividades?

Completamente. Temos que ter mais proximidade com as coletividades para percebermos melhor quais são as necessidades e os problemas reais que sentem, para podermos avaliar se podemos ajudar. Sempre que possível fá-lo-emos, porque as coletividades fortes tornam a associação ainda mais forte.

 

A Campanha Desportiva 2022 está planeada? Com o mesmo calendário e as mesmas linhas de voo?

A próxima campanha desportiva foi planeada ainda pelo executivo anterior, porque o calendário de provas tem que ser comunicado atempadamente à federação. Na minha opinião, não como dirigente associativo, mas numa opinião pessoal, acho que o calendário é ótimo para os columbófilos do distrito. Não querendo dizer, contudo, que a direção não esteja aberta a analisar qualquer mudança que seja proposta.

 

Tem algum projeto em mente que lhe permita um dia ser recordado como um presidente que deixou a sua marca na associação?

Eu não pretendo deixar marcas, nem ser recordado, a não ser como mais uma pessoa que passou pela associação, que dignificou o seu nome e que fez aquilo que pôde para a prestigiar. É assim que entendo este meu mandato como presidente. Mas tinha imenso gosto de construir uma sede social, a sério, para a associação. Merecemo-lo… As coisas estão alinhavadas, há conversas e diligências em curso. Mas a columbofilia já merece qualquer coisa mais, e uma sede digna seria um grande tributo ao que a modalidade tem dado ao distrito.

 

No aspeto de incremento da modalidade, a prioridade é manter os atuais clubes e columbófilos. O tempo não é de crescimento?

Sou columbófilo há 30 anos e sinto que a columbofilia exige paixão. Temos, ou não temos, gosto por isto. Há uns anos havia uma proximidade maior entre as pessoas, os miúdos da escola gostavam de ver os pombos chegar, hoje em dia existem outras atividades que dispersam mais a juventude. Cabe-nos a nós lutar contra isso, mas não é fácil. O crescimento da columbofilia não será fácil, portanto, vamos estimar os columbófilos e as coletividades que temos.

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