Diário do Alentejo

Mural alusivo ao 25 de Abril inaugurado em Cuba

12 de abril 2024 - 12:00
Obra de quase 300 metros quadrados demorou “exatamente 31 dias” a ser concluída
Foto | Ricardo ZambujoFoto | Ricardo Zambujo

Na passada sexta-feira, dia 5, a Câmara Municipal de Cuba inaugurou o Mural de Homenagem à Revolução de 25 de Abril de 1974 no túnel da Alameda Bento Jesus Caraça. A obra, da autoria do artista plástico Bruno Netto, descreve o antes, o durante e o depois da efeméride, assim como “alguns monumentos alusivos ao concelho”, e foi uma das propostas da Comissão Dinamizadora das Comemorações dos 50 Anos do Revolução de 25 de Abril de 1974.

 

Texto Ana Filipa Sousa de Sousa

 

“É uma homenagem importante à Revolução de Abril. É a efeméride de um momento da história do nosso país, que é, sem dúvida, o marco mais importante do nosso período contemporâneo e que ficará para sempre simbolizado na vila de Cuba, nas memórias das pessoas e agora também fisicamente no local”. É desta forma que o presidente da Câmara de Cuba, João Português, apresenta, ao “Diário do Alentejo” (“DA”), o mais recente monumento artístico dedicado ao 25 de Abril de 1974, que a comissão dinamizadora das comemorações dos 50 anos da Revolução levou a cabo nos últimos meses.

Bruno Netto, autor da obra, teve “a liberdade total para pensar e agir de acordo com a sua intuição e pensamento”, tendo-lhe sido apenas pedido que, ao longo dos quase 300 metros quadrados do túnel da Alameda Bento Jesus Caraça, se contasse a história do antes, do durante e do depois do 25 de Abril, assim como de “alguns monumentos alusivos ao concelho de Cuba”.

“O mural começa antes do 25 de Abril com o fascismo, a opressão, depois, passa para a situação dos soldados, a libertação do povo e a morte do Salazar e daí para a frente é tudo o que veio depois [da Revolução dos Cravos], como a liberdade de expressão e a democracia. Há também certas representações do município de Cuba, como o vinho de talha, os caminhos de ferro, a igreja, o reservatório de água, a música e o escritor Fialho de Almeida”, começa por explicar, ao “DA”, Bruno Netto.

No total, foram “exatamente 31 dias” o tempo que o artístico plástico demorou a concluir a obra, admitindo que no início foi surpreendido “com um pó [largado pela parede] que não dava para aderir a tinta”, tendo sido necessário impermeabiliza-la primeiro antes dos esboços a carvão e da pintura a óleo.

“Já fiz outros murais semelhantes, mas este foi dos maiores trabalhos que fiz em termos de comprimento e altura. Quando se prepara um mural deste tamanho tem de se ter uma capacidade mental bastante grande, porque não podemos permitir que percamos a concentração”, afirma.

Assim, para o artista plástico, além da importância que o quinquagésimo da Revolução dos Cravos representa, o mural, e no que nele está ilustrado, deve também alterar a forma como as comunidades locais encaram a arte, permitindo a esta “mudar mentalidades e fazer expressar sentimentos, sejam eles quais forem”. “O principal veículo da arte é poder mostrar uma mensagem que toque as pessoas, seja de que maneira for, podem gostar ou não gostar, mas que não lhes seja indiferente”, garante.

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