Diário do Alentejo

Os dois títulos nacionais de Futebol de Rua ficaram na cidade de Beja

28 de outubro 2022 - 11:00
Os campeões voltaram
Foto | Firmino PaixãoFoto | Firmino Paixão

A cidade de Beja foi talismã para as suas seleções de Futebol de Rua, patrocinadas pela PaxJovem – Associação Juvenil de Beja, que disputaram a final do Torneio Nacional de Futebol de Rua, edição de 2022 do importante torneio, de caráter desportivo e social, organizado pela Associação Cais, com o apoio da Câmara Municipal de Beja.

 

Texto Firmino Paixão

 

Os dois conjuntos alentejanos tiveram um percurso bem-sucedido rumo às respetivas finais, sendo que, num primeiro momento, coube à equipa feminina disputar o título, frente à sua congénere de Évora, num jogo muito equilibrado, que terminou com o triunfo das bejenses por 6-5, renovando o título que conquistaram na edição do ano passado.

 

Num segundo momento foi a equipa masculina que defrontou a formação de Setúbal, única com quem tinha perdido na fase grupos mas, desta feita, quando soou o apito final, os bejenses estavam na frente do marcador (6-5), sagrando-se campeões nacionais, à semelhança do que, momentos antes, tinha acontecido com a equipa feminina.

 

Trata-se do terceiro título nacional masculino conseguido pelo projeto local de Futebol de Rua, feito que já tinha sido conseguido em 2014 e 2015. O coordenador nacional do Projecto de Futebol de Rua da Associação Cais, Gonçalo Santos, deixou uma avaliação muito positiva do evento.

 

“Foi com imenso gosto que regressámos a Beja, onde tínhamos estado, uma primeira vez, há exactamente 10 anos, em 2012. Regressámos depois, em 2016, e também foi com gosto que voltámos este ano, porque Beja tem uma história longa e rica no Futebol de Rua”, recordando “a existência de títulos nacionais e internacionais, de vários jogadores e jogadoras nas nossas comitivas, representantes no corpo técnico nacional (Francisco Seita). Portanto, o que nos liga a Beja é muito forte, há este carinho especial mútuo e foi com muito gosto que regressámos. Uma vez mais, fomos muito bem recebidos pelo município, pelo seu executivo, pelos habitantes da cidade e espero que este seja um de muitos regressos. E que, num futuro próximo, seja possível, se a vontade do município assim for, podermos regressar”.

 

Gonçalo Santos fez também questão de deixar a nota de que “o evento foi fantástico, a área de desporto do município de Beja foi exímia. Não preciso de o dizer, porque os habitantes locais já o sabem. A equipa de técnicos, a senhora vereadora e o senhor presidente foram incansáveis, ficámos muito satisfeitos com o resultado final”.

 

O triunfo das equipas da casa também mereceu o comentário do dirigente nacional. “Foi uma bonita coincidência ver as equipas de Beja a vencer. No sector masculino repetiram os títulos conquistados em 2014 e 2015, em Braga, e a vencer uma vez mais, agora em casa e, nos femininos, a equipa foi campeã no ano passado, na Batalha, titulo que acabou hoje por revalidar, portanto, tivemos aqui os anfitriões a festejar”.

 

“Sou Embaixador deste Projecto de Futebol de Rua há vários anos e sinto-me muito honrado por isso”, disse-nos o antigo internacional de futebol, João Vieira Pinto, que assistiu às finais e participou na cerimónia de consagração dos vencedores. O atual dirigente da Federação Portuguesa de Futebol justificou: “ Sinto-me honrado por fazer parte de uma acção social tão digna como esta. Este tipo de eventos é cada vez mais importante para a integração daqueles que têm menos possibilidades de praticar desporto, o futebol em particular, às vezes, vivendo em sítios e ambientes complicados. E, de certa forma, temos visto, ao longo dos anos em que existe este evento, que houve muitas pessoas que encontraram o seu caminho, um caminho mais directo e mais feliz para as suas vidas e, naturalmente, esse é o objectivo principal deste evento. Não é só a componente desportiva, é também, e sobretudo, a parte social, que permite, de uma ou outra forma, um convívio muito salutar entre os jogadores, com os árbitros e outros participantes que aqui se reúnem”.

 

O aveirense Pedro Seco, selecionador nacional da modalidade, também esteve em Beja com o intuito fazer as suas escolhas para a seleção nacional e, no final, comentou: “A qualidade do torneio foi muito boa, aliás, esta boa qualidade já vem de há uns aninhos a esta parte e este torneio foi espectacular. Isto é o que eu gosto meu trabalho, é que me dificultem escolher aqui os jogadores, tanto para o Mundialito, como para o Campeonato do Mundo. No meio de tanta qualidade vai ser complicado. Mas eu gosto assim. Gosto que exista muita qualidade e, principalmente, em termos humanos, é isso o que mais interessa, porque jogar futebol todos sabem, mas serem boas pessoas é que é mais difícil e foi isso que andei a observar”.

 

Contudo, sublinhou: “O factor a que estive mais atento e um dos critérios que, para mim, é primordial, é perceber como é que eles lidam com a derrota, porque se souberem perder, estão preparados para ganhar, se não souberem perder, não têm hipótese de ir à selecção nacional”.

 

Ainda assim, os objetivos são muito ambiciosos, adiantou Pedro Seco. “Queremos vencer o Mundialito e sermos campeões do mundo. A ambição passa, sempre, por ganharmos. Mas costumo dizer que nós, no desporto, como na vida, nem sempre temos que ganhar, mas somos obrigados a dar sempre o nosso melhor para vencer. Se o nosso melhor não for o suficiente, há que dar os parabéns a quem ganhou. Mas vamos, assumidamente, para sermos campeões do mundo”, rematou.

 

Resultados Femeninos:

  • Imortal-Esperança Lagos, 2-2;
  • Beja-Évora, 6-5;
  • Beja-Guarda, 3-1;
  • Beja-Viseu, 6-2;
  • Beja-Coimbra, 10-0;
  • Beja-Viseu, 8-7;
  • Beja-Coimbra, 9-1;

 

Classificação:

  • 1.º Lugar, Beja;
  • 2.ºLugar, Évora;
  • 3.º Lugar, Viseu;
  • 4.º Lugar, Guarda;

 

Resultados Masculinos:

  • Beja-Setúbal, 6-5;
  • Beja-Madeira, 7-6;
  • Beja-Lisboa, 5-2;
  • Beja-Braga, 11-2;
  • Beja-Viseu, 6-2;
  • Beja-Setúbal, 2-3;
  • Beja-Shave, 8-2;
  • Beja-Viseu, 10-0;

 

Classificação:

  • 1.º Lugar, Beja;
  • 2.º Lugar, Setúbal;
  • 3.º Lugar, Madeira;
  • 4.º Lugar, Aveiro;

 

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