O autarca de Grândola, António Figueira Mendes, disse ter informações que o consórcio norte-americano que comprou o Parque de Campismo da Galé, naquele concelho, vai manter a infraestrutura e promover aumentos salariais dos trabalhadores. “Até ao momento, as informações que a empresa Costa Terra nos tem transmitido é de que vai manter o parque de campismo”, localizado na freguesia de Melides, no concelho de Grândola, argumentou.
Em declarações à agência Lusa, António Figueira Mendes disse saber que a empresa Costa Terra, detida pela Discovery Land Company, “já fez reuniões com os trabalhadores para saber quem pretende continuar” ligado ao projeto. “Já me deram a informação que vão aumentar os vencimentos dos trabalhadores”, os quais, “segundo dizem, não eram aumentados há 20 anos".
Segundo avançou recentemente o Jornal de Negócios, o Parque de Campismo da Galé foi comprado pelo consórcio norte-americano Discovery Land Company à Imobiliária das Ilhas Atlânticas, por 25 milhões de euros, com o objetivo de reforçar a aposta no litoral alentejano.
A empresa americana, revelou o mesmo jornal, pretende desmantelar o parque de campismo, instalado numa área de 32 hectares, de forma a expandir o projeto do empreendimento Costa Terra Golf & Ocean Club, naquela mesma freguesia.
Questionado pela Lusa, o autarca de Grândola disse estar a “acompanhar a situação”, frisando que compreende “a preocupação das pessoas” que são proprietárias de ‘bungalows’ no único parque de campismo privado do concelho, “que era importante manter” em funcionamento. “Temos recebido na câmara municipal contactos de algumas pessoas que têm ‘bungalows’ naquele parque e de outras pessoas que não são de Grândola a mostrarem a sua preocupação em relação a esta situação”.
Considerando ser importante “manter” aquela infraestrutura em atividade, António Figueira Mendes referiu que a autarquia está a “tentar perceber junto da Costa Terra” o seu interesse em manter “o funcionamento do parque de campismo”, estando prevista para esta semana uma reunião com os responsáveis da empresa. “Temos uma reunião já marcada para, do ponto de vista mais formal, tentarmos perceber quais são os objetivos da Costa Terra relativamente ao parque de campismo”, concluiu.
Entretanto, na Internet, circulam duas petições públicas em defesa do Parque de Campismo da Galé, uma delas com quase 3.200 assinaturas e a outra subscrita por perto de mil pessoas. “É com enorme insatisfação e tristeza que o povo português recebe esta notícia” da venda daquele que, “para muitos, é considerado o melhor parque de campismo em Portugal”, pode ler-se numa das petições.
No texto, os subscritores consideram “alarmante” que o parque de campismo “esteja neste momento nas mãos de um consórcio americano com um projeto em vista que irá descaracterizar” a infraestrutura.
As petições apelam para que “não seja atribuída” à nova administração do parque “uma licença que não seja para manter, preservar e dar continuidade ao bom funcionamento e serviço” da infraestrutura.