Diário do Alentejo

Covid-19: Autarca de Odemira admite cerca sanitária

07 de abril 2021 - 19:55

O presidente da Câmara de Odemira, José Alberto Guerreiro, realçou a dificuldade em controlar os casos de covid-19 nos trabalhadores migrantes e admitiu uma cerca sanitária no concelho se os números não diminuírem. “As situações de risco em algumas atividades são bastantes, não só no domínio do comércio e serviços, mas também pela reabertura das escolas e porque a atividade agrícola tem aqui uma expressão muito forte, com muitos migrantes, alguns quase residentes e ambientados às regras, mas outros nem tanto”, frisou.

 

O autarca considerou que os casos de covid-19 entre a população local, a maioria de famílias que estão isoladas, “tendem a reduzir porque são situações controladas”. Quanto à população migrante, já não tem “as mesmas certezas” porque já foram “detetados casos de indivíduos que deveriam estar em casa, por orientação da Saúde [Pública], mas continuavam a ir trabalhar”.

 

“Não temos a intenção de esconder esta realidade, antes pelo contrário. Queremos pôr a nu o mais rápido possível para quebrar as cadeias de contágio, atuar de forma ativa e ter, no futuro, uma situação mais tranquila”, afirmou.

 

Por isso, defendeu que Odemira “não deve ser penalizado naquilo que diz respeito às restantes atividades”. A população migrante “conta como infetado” quando detetados neste território, mas “não contam como cidadãos residentes” quando é calculado o rácio de 120 infetados por cada 100 mil habitantes.

 

Caso o número de infeções pelo vírus SARS-CoV-2 não diminua, o autarca admite a possibilidade de aplicar uma cerca sanitária no concelho “por uma questão de consciência" cívica: “Se não formos capazes de conter esta pandemia de forma voluntária, em que todos possam contribuir para que os números desçam, não vejo alternativa. Neste momento, vemos uma preocupação grande de alguns, que temem que a sua vida possa ficar condicionada, e um relaxamento de outros”.

 

Apesar de preocupado com a atual situação, José Alberto Guerreiro mostrou-se satisfeito com o reforço da fiscalização e das inspeções às condições sanitárias de habitações temporárias de obras ou colheitas, anunciado pelo chefe do Governo.

 

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