Pretendendo-se alavancar o setor do Turismo nos territórios do interior, foram dois os concelhos do Baixo Alentejo – Barrancos e Vidigueira – que viram as candidaturas dos seus projetos turísticos serem elegíveis para o apoio financeiro que será conferido pelo Turismo de Portugal, no âmbito da Linha + Interior.
Texto José Serrano
Com o intuito de construir “um setor mais resiliente, mais sustentável e mais competitivo” e de “capacitar os territórios do interior, para os desafios do futuro”, o Turismo de Portugal, no âmbito da Linha + Interior, vai financiar, com um valor total de cerca de 16 milhões de euros, 37 projetos turísticos, 10 deles na região Norte, 18 na região Centro, dois no Algarve e sete no Alentejo. Destes últimos, serão apoiadas no Baixo Alentejo as propostas avançadas pelas câmaras municipais de Vidigueira e Barrancos.
Assim, desenvolvido a partir de um conjunto de pressupostos em que se incluem a “promoção da identidade distintiva e atrativa dos territórios de fronteira”, a “preservação do património arquitetónico, gastronómico, cultural e natural existente no concelho” e a possibilidade de “atrair mais visitantes e turistas para a região”, o projeto “Intervenções no Castelo de Noudar – Turismo sustentável”, na vila raiana, tem como principal objetivo a requalificação, e consequentemente valorização, deste património cultural, com “definição de circuito interno de visitação, sinalética turística, dinamização de programas de visita e ferramentas digitais de dinamização e ações de promoção dos espaços.
Deste modo, acrescenta a autarquia, através “da regeneração” dos respetivos recursos, da “qualificação dos seus ativos e agentes”, da promoção de uma “mobilidade inteligente e sustentável”, do “fomento do conhecimento sobre os territórios e respetivos fluxos”, assim como do “desenvolvimento de produtos ou segmentos inovadores”, reforçar-se-á a atratividade turística, contribuindo, “eficientemente, para os objetivos do turismo em Barrancos” e promovendo, consequentemente, “o crescimento económico e social”. Este projeto – que engloba, ainda, a valorização da igreja de Nossa Senhora do Desterro – conta com um montante global de investimento aprovado de 524 750 euros e com uma comparticipação de 367 325 euros e terá uma duração de 24 meses.
No que diz respeito à candidatura apresentada pela “Vila dos Gamas”, o projeto contempla a criação da Casa do Pão – Centro de Interpretação do Pão Alentejano, “espaço de memória interativo para preservar e promover a tradição histórica, social e cultural do pão no Alentejo, através da requalificação de um dos fornos comunitários mais antigos de Vidigueira”, bem como o arranque do programa turístico “Alentejo Terras de Pão”, sendo este produto turístico “elemento importante e diferenciador” nas áreas da gastronomia, da cultura e do património. As ações a desenvolver – com um investimento aprovado de 771 832 euros e uma comparticipação de 540 282 euros – através de uma parceria entre o município e a associação Terras Dentro – Associação para o Desenvolvimento Integrado, têm, na sua base, informa a autarquia, a intenção de “enaltecer a tríade mediterrânica – pão, vinho e azeite –, produtos muito presentes no território “desde períodos mais recuados até, transversalmente, à atualidade”, valorizando e salvaguardando “estes produtos endógenos, tão apreciados”.
No que diz respeito, especificamente, à Casa do Pão, será este um espaço cultural, pedagógico, de informação e, também, de divulgação deste produto – “o afamado” pão da Vidigueira – “que vale por si só”, remetendo, paralelamente, o visitante “para a paisagem”, presente no concelho, “para a agricultura, para um passado recente, manual ou mecanizado, em que a matéria-prima era processada para dar lugar ao pão e aos restantes produtos produzidos na padaria, que cativam o olfato e o palato”.
Pretendendo-se alcançar todos os públicos, – “sendo normal que as escolas tenham aqui preponderância, pelo fator pedagógico, de aprendizagem e exploração de conteúdos”, a autarquia revela a previsibilidade da conclusão deste espaço “em final de 2027, tendo em conta “a empreitada a realizar e a programação museológica e museográfica” a delinear.