Diário do Alentejo

Despacho de concurso para obras do hospital de Beja já foi publicado

26 de abril 2025 - 08:00
Investimento deverá ser superior a 118 milhões de euros Foto | Ricardo Zambujo

Despacho que mandata o conselho de administração da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo para avançar com o concurso de arquitetura, especialidades e empreitada para o Projeto de Requalificação e Ampliação do Hospital José Joaquim Fernandes já foi publicado em “Diário da República”. No projeto é apontado o segundo semestre de 2029 para a entrada em funcionamento do novo edifício e 2032 para a conclusão faseada da infraestrutura existente.

 

Foi publicado no passado dia 17, em “Diário da República” (“DR”), o despacho n.º 4720/2025 que aprova a “proposta de revisão e atualização do perfil assistencial e reorganização do programa funcional do Hospital José Joaquim Fernandes (HJJF)”, permitindo, assim, dotar o conselho de administração da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (Ulsba) da “competência para desencadear que os procedimentos necessários ao processo de remodelação e ampliação sejam abertos e concluídos e se inicia a execução da obra de construção do novo edifício, prevendo a dotação para o efeito”.

Recorde-se que a Ulsba, em comunicado divulgado no início da semana passada, por ocasião de uma visita de trabalho efetuada pela ministra da Saúde, Ana Paula Martins, àquela unidade, referia que o despacho relativo ao “concurso de arquitetura, especialidades e empreitada” para ampliar e requalificar o hospital de Beja já tinha sido assinado pelo Governo, aguardando-se a sua publicação “nos próximos dias”. Na mesma nota, o conselho de administração sublinhava que a assinatura do despacho “constitui um passo muito importante para o futuro da instituição e do Serviço Nacional de Saúde (SNS) no Baixo Alentejo”.

No despacho assinado pela ministra da Saúde, e publicado em “DR”, é referido que o novo perfil funcional “promove uma solução para estabilização do número de camas de internamento convencional e a necessidade de constituição de uma unidade de internamento de cuidados paliativos, com reforço do aumento das atividades assistenciais de ambulatório e a necessidade de ampliação de um conjunto de espaços estruturantes para fazer face às necessidades atuais e perspetivadas”. Assim, “para redefinir o perfil funcionar do HJJF é imperativo proceder à sua ampliação com a construção de um novo edifício, pela exiguidade dos espaços atualmente existentes face às necessidades que permitirá obter ganhos de eficiência e de valor em saúde e a desafetação de todos os pavilhões e outras estruturas pré-fabricadas dispersas no campus hospitalar, promovendo uma integração dos serviços”.

Conforme adiantou o presidente do conselho de administração da Ulsba, José Carlos Queimado, em julho do ano passado ao “Diário do Alentejo”, o Projeto de Requalificação e Ampliação do Hospital José Joaquim Fernandes, entregue ao Ministério da Saúde no dia 15 desse mês, propõe a ampliação da rede das especialidades hospitalares com “mais seis ou sete especialidades e áreas que neste momento não tem” (cirurgia vascular, dermatologia, endocrinologia e nutrição, nefrologia, reumatologia e cuidados paliativos), um campus hospitalar com 229 camas (atualmente tem 216) e oito salas operatórias (hoje com cinco), um reforço e requalificação das áreas de ambulatório e a criação de um novo edifício com “cerca de 160 a 170 camas”, que albergará o internamento de especialidades médicas e cirúrgicas de cuidados paliativos, a urgência geral, o bloco operatório e o serviço de esterilização. O atual edifício ficará “com todas as áreas de ambulatório requalificadas e com o internamento na área materno-infantil”, assim como com o bloco de partos e urgência de ginecologia/obstetrícia.

O projeto prevê, ainda, a “eliminação de todas as estruturas pré-fabricadas instaladas no campus hospitalar”, a título de exemplo, os pavilhões da urgência geral, urgência pediátrica, diabetologia, consultas externas de pediatria e/ou unidade de cuidados paliativos, entre outros.

A “estimativa geral” é que a construção do novo edifício ronde os 58 milhões de euros e as obras da infraestrutura atual cerca de 30 milhões. No total – incluindo um edifício ecocentro, armazém/arquivo, pinturas, arranjos exteriores e equipamentos, entre outros – calcula-se que o investimento seja superior a 118 milhões de euros.

No projeto de requalificação e ampliação do hospital é apontado o segundo semestre de 2029 para a entrada em funcionamento do novo edifício e 2032 para a conclusão faseada da infraestrutura existente. Recorde-se que a ampliação do hospital de Beja, há muito reivindicada, está contemplada no Orçamento do Estado para 2025. No documento é referido que “ao nível da Saúde existe um plano plurianual de investimentos, em parte financiado pelo PRR e pelo PT2030, que é fundamental concretizar”, para dotar o País “de infraestruturas modernas e devidamente equipadas para responder às necessidades”, e que o Governo “continuará empenhado em agir com celeridade nos procedimentos que levarão à construção e equipamento de várias unidades de saúde que serão estruturantes no Serviço Nacional de Saúde”, destacando-se, entre outros, “a ampliação e requalificação profundas do Hospital Joaquim Fernandes em Beja”.

 

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