Os trabalhadores da mina de Neves-Corvo, no concelho de Castro Verde, vão realizar uma greve entre os dias 4 e 8 de junho para exigir, entre outras matérias, aumentos salariais, confirmou o Sindicato da Indústria Mineira.
A paralisação foi convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineira (STIM), depois de aprovada pelos trabalhadores em plenários, realizados nos dias 7 e 8 deste mês, disse à agência “Lusa” o coordenador desta estrutura sindical, Albino Pereira.
Segundo o sindicalista, decidiram avançar para a greve em virtude de as propostas apresentadas pela administração da Somincor, empresa concessionária da mina de Neves-Corvo, às reivindicações dos trabalhadores, “não satisfazerem as suas necessidades”.
Os valores apresentados “foram insignificantes e não atingem de maneira nenhuma as necessidades dos trabalhadores”, afiançou Albino Pereira.“Como a empresa não cede, esta é a resposta dos trabalhadores à empresa. Os trabalhadores querem que a empresa tenha respeito por eles”, acrescentou.A greve agora convocada, de dois dias por equipa, terá início às 06:00 horas de dia 4 de junho e terminará às 07:12 de dia 8.
Em causa está o caderno reivindicativo apresentado pelo STIM à Somincor, no final de 2023, e que acabou por motivar uma outra greve já neste ano, realizada entre os dias 26 e 28 de março.
Na altura, o sindicato fez um balanço positivo da paralisação, ao passo que a concessionária revelou que a adesão à greve não ultrapassou os nove por cento nos dois dias.
Tal como na greve de março, as exigências dos trabalhadores voltam a incidir na necessidade de “progressões na carreira e aumentos de salários justos de 150 euros por trabalhador”.
São igualmente pedidos aumentos em vários subsídios e a renegociação do seguro de saúde.
Contactada pela “Lusa”, a administração da Somincor não quis fazer qualquer comentário sobre a convocação desta nova greve agendada para a mina de Neves-Corvo.
Propriedade da multinacional sueco-canadiana Lundin Mining, a Somincor é a concessionária da mina de Neves-Corvo, que produz, sobretudo, concentrados de cobre e de zinco, assim como prata e chumbo, e onde trabalham cerca de 2000 pessoas.
No ano passado foram produzidas em Neves-Corvo um total de 108 812 toneladas de zinco e 33 823 toneladas de cobre, segundo o relatório de produção de 2023 e perspetivas para o triénio 2024-2026 divulgado pela Lundin Mining.
Além de Neves-Corvo, a multinacional sediada em Toronto (Canadá) é ainda detentora das minas de Candelária e Caserones (ambas no Chile), Chapada (Brasil), Josemaria (Argentina), Eagle (Estados Unidos) e Zinkgruvan (Suécia). “Lusa”