Diário do Alentejo

Cuba aposta em projeto-piloto de regeneração urbana

28 de abril 2024 - 12:00
“Urwan” será ainda desenvolvido nas cidades de Roma (Itália) e Lánarca (Chipre)
Foto | D.R.Foto | D.R.

A vila alentejana de Cuba é um dos locais em que o projeto europeu “Urwan”, que visa “mitigar os efeitos das secas severas e da escassez de água”, será implementado. Em vista está o reaproveitamento urbanístico de um parque de estacionamento e de um edifício municipal para a colocação de uma “parede vertical e de um telhado verde” que permitirá aproveitar as suas águas residuais para rega e melhorar a climatização do interior do mesmo.

 

Texto Ana Filipa Sousa de Sousa

 

A Câmara Municipal de Cuba firmou, na semana passada, em Ragusga (Itália), o acordo para a instalação do “Urwan”, um projeto-piloto de regeneração urbana “com vista a promover a necessária e inevitável adaptação do concelho às alterações climáticas e à melhor racionalização da água pública”. A iniciativa, que conta com a colaboração de nove entidades europeias de sete países da orla mediterrânica, arranca, nesta primeira fase, com intervenções na vila de Cuba e nas cidades de Roma, em Itália, e Lánarca, no Chipre.

“Em Cuba, esta obra consiste em regenerar uma área urbana, nomeadamente, um edifício e um parque de estacionamento, com áreas verdes e alimentá-las através do aproveitamento das águas residuais do dito edifício. Este, onde estão neste momento sediadas muitas associações, como a universidade sénior, passará a ter uma parede vertical e um telhado verde regados pelas ditas águas que, neste momento, são jogadas fora para as sarjetas”, explica ao “Diário do Alentejo” o presidente da autarquia, João Português.

Desta forma, no imediato, será possível não só reaproveitar para outros fins as águas residuais que agora ficam inutilizáveis, mas também controlar “as condições climatéricas” do edifício em causa, refrescando-o.

Neste momento, segundo João Português, o município encontra-se “na fase dos projetos” e “da discussão”, realizando-se na próxima sexta-feira, dia 3 de maio, uma outra reunião “para dar início aos primeiros trabalhos com a empresa italiana responsável pela construção da obra”. Apesar de não adiantar, para já, a data de operacionalização do edifício, o autarca garante que será “no mais breve espaço de tempo” possível, revelando que “no próximo mês de junho” deslocar-se-ão a Cuba os responsáveis da empresa para “no local verificarem como é que efetivamente o projeto será implementado”.

Este é um projeto cofinanciado pelo programa Interreg Euro-MED e, na vila alentejana, conta ainda com a parceria da associação Make it Better, enquanto “conselheiro” em matérias ambientais.

“Para nós é muito gratificante estar na linha da frente com projetos que são pioneiros e inovadores para mitigar os efeitos da seca severa e da escassez de água, ainda para mais estando a par de cidades como Roma e Lárnaca. Creio que no futuro este será, certamente, muito replicado por aí fora, pela Europa e, inclusive, aplicado em mais situações aqui em Cuba”, refere.

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