Diário do Alentejo

Castro Verde recebe Sabores do Borrego

24 de março 2024 - 12:00
“Serão três dias de encontro e de festa”, de 28 a 30 Foto| Ricardo Zambujo

Com os objetivos principais de valorizar e afirmar a agricultura e a pecuária do concelho, através da promoção de um dos produtos mais emblemáticos da região, Castro Verde acolhe, no fim de semana da Páscoa, a quinta edição do Festival Sabores do Borrego, evento celebrativo do mundo rural.

 

Texto José SerranoFoto Ricardo Zambujo

O Festival Sabores do Borrego, certame promovido pela Câmara Municipal de Castro Verde em parceria com a Associação de Agricultores do Campo Branco e o Agrupamento de Produtores – Carnes do Campo Branco, realiza-se, neste ano, entre os próximos dias 28 a 30. Nesta edição de 2024, o festival volta a dinamizar uma programação que aposta no reforço da identidade local, através da realização de um conjunto diversificado de iniciativas, como mostras, oficinas, exposições e palestras relacionadas com a atividade do setor pecuário, mas, também, cante alentejano, música popular e concertos, tendo como cabeças de cartaz Los Romeros (dia 28), Ana Malhoa (29) e D.A.M.A (30).

A par da festa e da animação, o evento, na sua quinta edição, tem como principal objetivo a valorização e afirmação da agricultura e pecuária do concelho, tendo como mote a promoção de um dos produtos mais emblemáticos da região e de grande importância para a economia local, num território classificado como Reserva da Biosfera da Unesco.

António José Brito, presidente da autarquia, sublinha a importância desta iniciativa, que distingue o território e as pessoas do mundo rural: “O festival é ‘uma montra’ daquilo que se faz bem feito no concelho de Castro Verde e no Campo Branco, que envolve igualmente os municípios de Almodôvar, Aljustrel e Ourique. A valorização da agricultura, enquanto setor fundamental e nuclear do nosso território, acaba por ser o pilar deste evento”.

Paralelamente ao festival, que, de acordo com o presidente da Câmara de Castro Verde, tem “ganho muita expressão devido à multiplicidade do seu programa”, decorre de 25 a 31 deste mês a Semana Gastronómica do Borrego, envolvendo restaurantes dos concelhos de Castro Verde, Aljustrel, Almodôvar e Ourique, “dando ainda mais escala ao festival e, nesse contexto, o evento, que se pode definir, fundamentalmente, como uma festa e um lugar de encontro” sub-regional, atraindo “cada vez mais” expositores e visitantes. “As pessoas juntam-se aqui e celebram o território, as suas vivências e tradições. Como sempre, o ‘Almoço com pastores’ [no sábado, 30, com cerca de 200 participantes, para celebrar a figura central dos pastores, ou ‘maiorais’ de ovelhas, preponderantes na atividade agropecuária na região] será um momento importante de partilha e elevação da vida no campo e dos seus costumes. A par disso será possível conviver com os nossos convidados especiais, que neste ano vêm de Oliveira do Hospital [distrito de Coimbra] e trazem os saberes da serra da Estrela, sobretudo, nestes setores da pecuária e, em particular, da criação de ovinos”.

Com o festival a prosseguir “uma linha de crescimento e afirmação”, com a área global do evento a “voltar a crescer ligeiramente”, as expectativas para esta edição são elevadas. “Serão três dias de encontro e de festa em Castro Verde, para mais num fim de semana de Páscoa, em que haverá o encontro das famílias e o regresso de muitos castrenses à sua terra. Também, por isso, será um festival muito especial”.

 

Produção agrícola e pecuária em terras de sequeiroRelativamente às principais preocupações do município no âmbito da produção agrícola e pecuária em terras sem regadio e de agricultura extensiva como são, maioritariamente, as do concelho de Castro Verde, António José Brito considera: “As terras de sequeiro são muito difíceis e exigentes.

Os agricultores, em particular, no concelho de Castro Verde, convivem sempre com problemas e exigências acrescidas. Só uma capacidade muito grande de resistência permite prosseguir a atividade agrícola de forma sustentável. Na verdade, estamos a falar de territórios sem água e, por norma, com imposições climáticas acentuadas”.

Felizmente, diz, “tem sido possível fazer um trabalho de cooperação muito forte e, nesse plano, a Associação de Agricultores do Campo Branco tem desempenhado um papel decisivo, com respostas muito valiosas no plano da sanidade animal, no apoio direto para superar a imensa burocracia e, sobretudo, na capacidade indiscutível de ser o elemento comum e de unidade entre os agricultores.

Até na promoção deste festival, a associação tem, desde a primeira hora, uma ação de grande relevância, porque percebeu bem (a par do Agrupamento de Produtores – Carnes do Campo Branco) como este evento é fundamental para a valorização do território, em unidade e nas suas diferentes dimensões”.

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