Diário do Alentejo

Natal, festa da vida
Opinião

Natal, festa da vida

Manuel do Rosário, padre

25 de dezembro 2019 - 11:15

Há dias, conversando com crianças da catequese de Grândola sobre o Natal, perguntei-lhes: “Gostavam que no dia do vosso aniversário fizessem uma festa e ninguém se lembrasse que eram vocês os aniversariantes”? A resposta foi óbvia! Na verdade, só existe Natal porque há cerca de 2000 anos Jesus nasceu, e o seu nascimento é uma marca que atravessa a história da Humanidade, mesmo que com sentidos diferentes, para cristãos, crentes de outras confissões e/ou não-crentes. Como é óbvio, compete-nos a nós, cristãos, manter, ajudar a descobrir ou redescobrir o sentido do Natal, reconhecendo que, com o tempo, outros elementos foram sendo adicionados, como festa da família, da paz, etc.. Todos estes sentidos são lícitos, enquadram-se e enriquecem o verdadeiro espírito natalício.

Até o Pai Natal é bom recordar que existiu, o seu nome é Nicolau, S. Nicolau (de Mira), pois foi canonizado, nasceu em Patara, atual Turquia, na segunda metade do século III e faleceu no dia 6 de dezembro de 350. É padroeiro da Rússia, Grécia e Noruega. Nos Estados Unidos, no Canadá e em grande parte dos países anglófonos é conhecido por Santa Claus, Father Christmas ou St. Nicolas. A sua imensa caridade, afinidade com as crianças, e os muitos milagres atribuídos à sua mediação ajudaram a estabelecer a relação com o Natal, como o tempo por excelência das prendas.

 

O nascimento de uma criança é sempre sinal de esperança para a Humanidade, pois nela se rasgam e alargam novos e não definidos horizontes. Sem vida e vida humana não há futuro. Este Menino, contudo, tem algumas especificidades, pois, para nós cristãos, Ele, além de homem, é Deus, e nele também nós podemos dizer que somos filhos de Deus, independentemente da raça, língua, sexo ou cor da pele.  S. Paulo dirá que Ele veio fazer de toda a Humanidade uma só família, sem distinções, e na qual todos temos a mesma dignidade e direitos. Nele todos nos tornamos iguais e não há espaço para uns serem “mais iguais do que outros”.

Comentários