Ceia da Silva, presidente da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo diz não ser ainda possível quantificar as consequências nefastas que o abalo da covid-19 terá provocado, até esta data, na região, deixando no entanto uma palavra de esperança e de ânimo aos agentes turísticos “para que não desistam, porque iremos ressurgir”.
Entretanto, o trabalho de reflexão face ao novo futuro está a ser elaborado, por parte da Turismo do Alentejo, conjuntamente com as unidades de alojamento, com os agentes de restauração e de animação turística e em parceria com outras entidades, nomeadamente no que diz respeito às questões de segurança: “Estamos neste momento a trabalhar com a Universidade Nova de Lisboa no Living Lab Turismo e Saúde no sentido de podermos criar condições para que o turista se sinta seguro”.
A segurança será, expõe, condição essencial para o futuro do setor: “Quando voltarmos a abrir será fundamental que haja por parte de quem nos visita uma perceção de segurança sanitária, pois as pessoas só se irão deslocar para destinos onde sintam, inequivocamente, que essa segurança existe e por isso será essencial que as nossas unidades estejam bem preparadas”.
As medidas necessárias à reabertura do setor, que englobam os planos de contingência – “que terão de ser muito bem elaborados” – ainda estão a ser estudadas mas poderão passar pela ocupação, nas unidades hoteleiras, de apenas alguns pisos, pelo preenchimento intercalado de quartos, pela utilização de máscara social por parte de todos os funcionários e agentes associados à unidade de alojamento, á semelhança do que poderá vir a acontecer nos restaurantes.
Ceia da Silva diz não ter dúvidas que o turista, pelo menos até que seja encontrada uma vacina, irá procurar destinos mais próximos e que o turista nacional será, nessa perspetiva, muito importante para o território. “Esperamos que o turista português escolha o Alentejo para passar as suas férias, de forma segura, para descansar e para diluir toda esta pressão que estamos agora a viver. Será agora mais fácil pensar ir até Serpa, ficar alojado num bom turismo rural, onde os dias se passam em tranquilidade, podendo disfrutar de uma boa gastronomia e de um bom vinho, do que ir para o centro de Nova Iorque. É esta a nova realidade que temos”.