Diário do Alentejo

Covid-19: Idosos de lares em Évora já estão a ser testados

08 de abril 2020 - 14:00

O rastreio à covid-19 nos lares de idosos do distrito de Évora arrancou esta semana e implica testes a cerca de 2.700 funcionários e perto de 3.750 utentes. "Iniciámos na segunda-feira a realização dos testes já em algumas instituições", tendo sido abrangidas, até hoje à tarde, "uma meia dúzia" de estruturas residenciais para pessoas idosas (ERPI) do distrito e realizados "300 testes", diz José Calixto, presidente da Comunidade Intermunicipal do Alentejo Central (CIMAC), lembrando que, tal como anunciado pelo Governo, Évora é um dos primeiros distritos do país a efetuar testes em todos os lares de idosos à doença causada pelo novo coronavírus ((SARS-CoV-2).

 

Nos 14 concelhos do distrito, segundo José Calixto, existem "perto de 3.750 idosos institucionalizados", distribuídos por "128 ERPI”, que contam com um total de “cerca de 2.700 funcionários”.

 

Das estruturas existentes no Alentejo Central, “71 são da rede solidária, 33 são instituições lucrativas, ou seja, lares privados, 15 pertencem à Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados e nove são da rede de lares e residências para pessoas com deficiências”. Nesta fase inicial, a operação nos lares de idosos do distrito está a implicar "a realização de testes aos trabalhadores e trabalhadoras dessas instituições para conseguirmos chegar mais rapidamente a todos".

 

"Obviamente, temos que gerir a ansiedade de chegarmos a todos, porque são muitos. Nesta fase, conseguimos o contributo do Instituto de Medicina Molecular (IMM), através da cedência de testes, aos quais se somam alguns feitos em laboratório protocolado", referiu o autarca, acrescentando que na segunda fase do processo, "chegaremos aos nossos seniores, aos idosos institucionalizados", mas "o facto de conseguirmos testar negativos todos os trabalhadores deixa-nos logo uma segurança muito maior".

 

"Claro que se houver um trabalhador que teste positivo, esse lar terá de ter um tratamento diferente e, aí, serão feitos testes em simultâneo a trabalhadores e utentes", ressalvou José Calixto. O que interessa, acrescenta, é "gerir o risco e chegar mais rapidamente a todos" para prevenir "cenários muito tristes de outros países ou de outras regiões de Portugal. Temos testes que chegam para o universo das cerca de 6.450 pessoas das ERPI do Alentejo Central, entre utentes e trabalhadores, e um número adicional suficiente, no caso de ser necessário repetir o teste a algumas dessas pessoas”.

 

A Universidade de Évora (UÉ) anunciou, na segunda-feira, que já está a adaptar o Laboratório de Virologia Vegetal para começar, na próxima semana, a realizar testes à covid-19, até uma estimativa de 300 por dia, para apoiar o hospital e os lares de idosos da região.

 

O presidente da CIMAC disse "aguardar, com toda a ansiedade", que a UÉ "possa ser também parceira neste projeto", por ser uma mais-valia o aumento da capacidade diária de execução dos testes. Mas, nestes primeiros dias, sublinhou, "foi importante não perdemos a oportunidade de cativar alguns testes do IMM e do laboratório protocolado" para abranger ERPI que "têm maior dimensão ou estão a funcionar em 'casulo', com as equipas a funcionar em 'espelho, e quando uma sai e a outra entra na instituição há um risco acrescido na instituição".

 

"Só começando pelos funcionários é que temos a possibilidade de pelo menos despistar esse conjunto de pessoas que tem a sua vida pessoal cá fora e a sua vida profissional lá dentro", frisou, esperando que este trabalho esteja concluído "no mais curto espaço de tempo possível".

Comentários