Diário do Alentejo

Covid-19: Aljustrel produz viseiras para proteção

27 de março 2020 - 16:25

O município, uma associação e uma empresa do concelho alentejano de Aljustrel estão a produzir em parceria viseiras e separadores de proteção em falta em várias instituições para combate à covid-19. Em comunicado, o município explica que se associou à Associação Buinho e à empresa Retângulo Vermelho para darem "uma resposta positiva" e produzirem equipamentos necessários "ao combate à covid-19" e que estão "em falta em vários serviços essenciais".

 

Segundo a autarquia, a Associação Buinho, que tem sede em Messejana e o único laboratório de fabricação digital existente no Baixo Alentejo, está a produzir viseiras para contribuir para "mitigar" a falta destes equipamentos de proteção individual para profissionais de várias entidades, como hospitais, centros de saúde, bombeiros, forças de segurança e instituições particulares de solidariedade social. A necessidade de viseiras "já foi confirmada pela Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo" (ULSBA) depois de a Associação Buinho se ter disponibilizado para a ajudar no combate à covid-19, refere o município.

 

Em declarações à Lusa, Carlos Alcobia, da Buinho, explicou que a associação está a ter "muitas solicitações" e vai doar a produção de viseiras numa primeira fase à ULSBA e para uso por profissionais no hospital de Beja, que "já está a precisar", e depois a outras instituições. "Toda a nossa produção é para doar", frisou Carlos Alcobia, referindo que a associação está "a assumir todos os custos" e tem equipamentos e consumíveis, mas pede a quem poder e quiser ajudar para doar à associação placas de acrílico, material necessário para produzir as viseiras.

 

Segundo o município, a Buinho está a produzir viseiras usando um protótipo desenvolvido por uma equipa sueca e cuja eficácia "tem sido provada junto de profissionais de saúde", porque é "um dos modelos mais populares na atualidade", a impressão é "mais rápida" e só pesa 15 gramas, "o que o torna mais confortável quando usado".

 

A associação já fez adaptações ao modelo sueco e está a partilhá-las para que possam ser utilizadas por outras comunidades de voluntários interessadas em produzir viseiras. A empresa Retângulo Vermelho, sedeada no Parque Industrial de Aljustrel e que presta vários serviços, como os de 'design' e impressão, e tem "uma maior capacidade de produção", está a concentrar a atividade na produção de três modelos de viseiras e também de separadores para balcões de atendimento ou secretárias.

 

Trata-se de separadores transparentes e que podem ser usados em consultórios entre médicos e doentes ou em postos de atendimento ao público ou de venda entre funcionários e utentes e clientes, explicou à Lusa Guilherme Santos, da Retângulo Vermelho. Parte da produção de viseiras e separadores da empresa vai ser comprada e depois doada pela Câmara de Aljustrel a instituições do concelho e o restante será para venda, disse Guilherme Santos.

 

O mercado e as encomendas normais da Retângulo Vermelho "simplesmente desapareceram de um dia para o outro" e a empresa teve de adaptar a produção para "poder continuar a produzir para assegurar e salvar os postos de trabalho" e "contribuir" para o combate à covid-19, explicou Guilherme Santos.

 

Já o município está a usar o seu espaço de fabricação digital, instalado no Centro d'Artes de Aljustrel e equipado com impressoras 3D e uma máquina de corte laser, para contribuir para a produção de viseiras e usando o protótipo desenvolvido pela equipa sueca. A autarquia também vai assegurar a distribuição dos equipamentos doados às instituições do concelho.

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