A intervenção teve como principais objetivos minimizar o impacte ambiental, preservar o património genético das árvores ripícolas transplantadas e proporcionar uma zona de abrigo para a fauna local. Segundo explica David Catita, da EDIA, num vídeo sobre o projeto divulgado pela empresa, as 720 árvores foram retiradas do solo onde estavam originalmente e transportadas para a nova zona onde foram replantadas. "Com a devida manutenção", os 720 exemplares adaptaram-se ao novo local e, atualmente, "são árvores plenas" e, por isso, o seu património genético "não se perdeu e continua a exercer a sua função".
Antes da intervenção, lembra David Catita, a ribeira de Marmelar tinha, na zona submersa, uma "incrível, grande e frondosa" galeria ripícola com amieiros e freixos, ou seja, uma zona de árvores que faz sombra à água para que não aqueça e permita que espécies permaneçam lá no verão.
Como a zona onde estava a galeria ripícola iria ficar submersa pela albufeira de Pedrógão e as árvores iriam "inevitavelmente morrer", a EDIA criou três ribeiras paralelas à ribeira original de Marmelar, onde as 720 árvores foram replantadas numa outra zona a montante e fora de água para "robustecer" a ribeira que já existia, mas era "relativamente fina". Atualmente, existe um bosque ripícola na cabeceira de Marmelar, que permite que a ribeira "não seja apenas uma linha", mas sim uma zona capaz de receber uma cheia e "suportar o que deve ser uma linha de água", ou seja, "uma zona larga com árvores e bosques ripícolas", explica David Catita.
Graças à intervenção, atualmente, Marmelar é uma ribeira "viva e larga" e "muito mais forte do que era", o que lhe "permite não só desempenhar as suas funções em termos hidráulicos, mas também em termos naturais, ao criar abrigos para a fauna". A EDIA também criou o maior bosque ripícola de Portugal plantado pelo homem, numa área com 200 hectares contínuos situada ao longo das margens do rio Ardila, atual albufeira de Pedrógão, no concelho de Moura. Este bosque tem 800 metros de largura e é composto por 65 mil árvores de três espécies ripícolas autóctones, nomeadamente choupos, freixos e lódãos, que a EDIA plantou há 15 anos junto ao rio Ardila para compensar as retiradas da área submersa pela albufeira de Pedrógão.