Diário do Alentejo

ADRAL quer aumentar capital para abater passivo

30 de novembro 2019 - 10:10

A Agência de Desenvolvimento Regional do Alentejo (ADRAL) quer aumentar em 650 mil euros o seu capital social para abater passivo e desenvolver novos projetos, como construir uma aceleradora de empresas em Évora, com apoios comunitários. “Este aumento de capital foi proposto aos acionistas há mais de 10 anos” e, agora, “foram tomadas decisões” e é preciso “dar consequência ao que vinha sendo proposto” para “preparar a agência para objetivos estratégicos e outros desafios que se afiguram num futuro próximo”, disse à agência Lusa o presidente da ADRAL, José Calixto.

 

A operação de aumento do capital social dos atuais 499.000 euros para 1.149.000 euros, mediante a emissão de 130.000 ações com o valor nominal de cinco euros cada, encontra-se em curso, desde julho, após aprovação do conselho de administração e da assembleia-geral, indicou agora a agência, em comunicado.

 

O processo já teve duas fases destinadas só aos atuais acionistas da ADRAL – tem um total de 66, entre empresas, associações, comunidades intermunicipais e instituições de ensino superior, entre outros -, que puderam exercer o seu direito de preferência na subscrição deste lote de ações.

 

Até 15 de dezembro, decorre a 3.ª e última fase do processo, dirigida a novos acionistas e aberta a todas as pessoas coletivas, públicas e privadas, que se queiram associar ao projeto da agência.

 

José Calixto lembra que, “há um ano e tal”, aquando do início da sua presidência da ADRAL, se deparou com “um passivo significativo, superior a um milhão de euros”, que foi preciso reestruturar. Trata-se de “um passivo que é coberto por este aumento de capital de 650 mil euros e por outras operações que foram feitas”, como a futura transferência da ADRAL das atuais instalações para outras, no centro da cidade de Évora. “As instalações atuais da ADRAL serão, em breve, ocupadas pela empresa Águas do Vale do Tejo”, mediante o pagamento de uma renda, disse.

 

Torna-se, assim, “possível estruturar o passivo, com o aumento do capital social e tendo uma renda mensal que permita pagar a médio e longo prazo o empréstimo que já existia”, permitindo, ao mesmo tempo, que a ADRAL tenha “uma atividade equilibrada”.

 

A construção em Évora, junto à incubadora EvoraTech, de uma aceleradora de empresas, financiada pelo Alentejo 2020, e a coordenação em Portugal de um projeto transnacional de investigação científica na área agrícola, ao abrigo do Horizonte 2020, são dois dos projetos que a ADRAL vai desenvolver, a curto prazo. “A aceleradora, já aprovada, com 85% de fundos comunitários, é um investimento de cerca de um milhão de euros e está em fase de lançamento de concurso público internacional”, sendo vocacionada, não para incubar novas empresas, mas para negócios já “numa fase de maior maturidade”, explicou.

 

No âmbito do Horizonte 2020, a ADRAL tem dois projetos “em carteira”. Um deles, com uma verba na ordem dos 300 mil euros para o Alentejo, indicou, refere-se à investigação científica “na área das novas culturas agrícolas e da piscicultura”, com parceiros do norte da Europa.

 

“A ADRAL tem um papel de coordenação em Portugal e o projeto é financiado a 100% por fundos comunitários”, acrescentou, referindo ainda que, “muito em breve”, deverão avançar outros projetos “nas áreas da transferência de tecnologia ou da promoção territorial externa”.

 

No âmbito da 3.ª fase de aumento do capital social, operação em que “o esforço que se pede aos acionistas não é imediato, é dividido em 2020 e 2021”, frisou José Calixto, a ADRAL promove duas sessões de apresentação na próxima segunda-feira, no Parque do Alentejo de Ciência e Tecnologia (PACT), em Évora, para autarquias, empresas e outros interessados.

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