Diário do Alentejo

Paulo Monteiro edita livro de BD sobre Mariana

14 de novembro 2019 - 16:00

Mariana é o nome do livro de Paulo Monteiro que irá ser apresentado no dia 15, sexta-feira, às 16:30 horas, no Museu Regional de Beja, no âmbito das comemorações dos 350 anos das Cartas Portuguesas, de Mariana Alcoforado. Feito a pensar “nos miúdos do 1.º e 2.º ciclos”, conta, “de uma forma muito simples”, a história do amor entre a freira bejense e Chamilly. As 19 pranchas de banda desenhada que constituem o livro poderão já ser apreciadas no museu, onde permanecerão até meados do próximo mês de dezembro.

 

Texto Nélia Pedrosa

 

Dezanove pranchas de banda desenhada que constituem o livro Mariana, da autoria de Paulo Monteiro, podem ser vistas até meados do próximo mês de dezembro no Museu Regional de Beja. A obra, feita a pensar “nos miúdos do 1.º e 2.º ciclos”, será apresentada no dia 15, sexta-feira, também no museu.

 

Segundo o autor, em declarações ao “Diário do Alentejo”, o livro conta, “de uma forma muito simples”, a história do amor entre Mariana Alcoforado e Chamilly. “O livro foi feito a pensar nos miúdos do 1.º e 2.º ciclos e o texto foi feito a pensar nessa faixa etária. Por isso não há referência a datas ou a acontecimentos que exijam grande conhecimento”, explica Paulo Monteiro. Contudo, adianta, o livro “é para toda a gente, claro”. No final “há um texto corrido mais completo, dirigido aos pais e aos professores, para que possam contextualizar a história, se o desejarem”. As pranchas, a lápis, são “muito simples, com apenas uma ou duas vinhetas”, diz.

 

O livro Mariana foi concebido de propósito para assinalar os 350 anos das Cartas Portuguesas, de Mariana Alcoforado, a convite de Jorge Barnabé, do Festival B, conta o autor de BD, convite a que acedeu “de imediato”. “[O livro] já devia ter saído, mas houve um ou outro acidente de percurso. Foi um livro que gostei muito de fazer. Estou em Beja há quase 30 anos. Vim viver para cá tinha 22 ou 23 anos. Era um moço! Mas o primeiro contacto que tive com Beja foi em Lisboa, tinha eu uns 18 anos. Nessa altura li um texto do Eugénio de Andrade... sobre a Mariana Alcoforado. Foi então que li as cartas. Mal podia imaginar que havia de vir viver para Beja. E logo como bolseiro, no Museu Regional de Beja, antigo Convento da Conceição, a ‘casa’ da Mariana! A vida às vezes tem piada...”.

 

Quanto ao processo de criação, diz, “é sempre demorado”, porque é “muito obsessivo” com os seus desenhos. “Desenho e deito fora. Corrijo vezes sem conta pormenores que ninguém vê (às vezes nem eu me lembro das correções que fiz!). E também porque tenho sempre muita coisa para fazer. Ando sempre a correr de um lado para o outro, o que não ajuda nada com os desenhos... “, conta. E acrescenta que para criar Mariana viu “alguns livros de banda desenhada de época e umas imagens na Internet”, assim como “roupas, edifícios, armas, navios...”. E foi ao Museu Militar, em Lisboa. “Depois de reunir essa informação toda... inventei uma série de coisas! O importante é a atmosfera... O livro, como disse, é muito simples. Mas mesmo as coisas mais simples requerem alguma investigação...”, conclui.

 

A exposição “Mariana” poderá vir a ser apresentada em outros espaços, admite o autor, nomeadamente, “nas escolas, a servir de moldura a um trabalho mais efetivo com as crianças...”.

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