Diário do Alentejo

36% do território continental em seca severa e extrema

05 de novembro 2019 - 10:55

Trinta e seis por cento de Portugal continental estava no final de outubro em situação de seca severa e extrema. De acordo com índice meteorológico de seca (PDSI) disponível no ‘site’ do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), no final de outubro houve um desagravamento da situação de seca meteorológica nas regiões do Norte e Centro e na região sul mantinha-se a seca meteorológica.

 

O relatório indica que a 31 de outubro 33,5% do continente estava em seca moderada, 31,9% em seca severa, 17,5% seca fraca, 6,8% normal, 6% em chuva fraca e 4,3% em seca extrema. O instituto classifica em nove classes o índice meteorológico de seca, que varia entre “chuva extrema” e “seca extrema”. De acordo com o IPMA, existem quatro tipos de seca: meteorológica, agrícola, hidrológica e socioeconómica.

 

A seca meteorológica está diretamente ligada ao défice de precipitação, quando ocorre precipitação abaixo do que é normal. Depois, à medida que o défice vai aumentando ao longo de dois, três meses, passa para uma seca agrícola, porque começa a haver deficiências ao nível da água no solo. Se a situação se mantiver, evolui para seca hidrológica, quando começa a haver falta de água nas barragens. Existe também a seca socioeconómica, que é considerada quando já tem impacto na população.

 

Além do índice de seca, o resumo do Boletim Climatológico do IPMA, indica também que o mês de outubro se classificou como normal em relação à temperatura do ar e seco em relação à precipitação. De acordo com o instituto, o valor médio da temperatura máxima do ar (22,42 graus Celsius) foi superior ao valor normal e o valor médio da mínima (11,08 graus) foi inferior ao normal. O IPMA adianta também que o valor médio da quantidade de precipitação em outubro corresponde 81% do valor normal mensal.

“De destacar que apesar do valor total mensal em Portugal continental ser inferior ao normal verificou-se uma forte variabilidade espacial da distribuição da precipitação”, é referido. O instituto indica que os valores registados em grande parte do nordeste foram superiores ao normal e na região sul foram inferiores. O boletim do IPMA adianta também que no final do mês verificou-se um aumento dos valores de percentagem de água no solo relativamente a setembro, tendo sido mais significativo em alguns locais das regiões do norte e centro. Nas regiões do noroeste os valores estão, segundo o IPMA, “muito próximos ou iguais à capacidade de campo”.

 

Nas regiões do Vale do Tejo, do Alentejo e Algarve os valores de percentagem de água no solo continuavam no final de outubro inferiores a 20%.

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