O pedido de licenciamento já deu entrada na Câmara de Grândola. O período de consulta pública terminou em setembro. O projeto está agora em fase de avaliação de impacte ambiental (AIA) na Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo (Ccdra). Trata-se de um investimento superior a 20 milhões de euros para criar um empreendimento turístico de luxo entre o Atlântico e o estuário do Sado, no concelho de Grândola.
De acordo com o Club Med, promotor do investimento, está prevista a criação de 400 postos de trabalho na fase de exploração, sendo que duas dezenas de funcionários serão alojados localmente. O projeto inclui a construção de um conjunto de cinco edifícios, com capacidade para 600 camas turísticas, numa região considerada “como das mais bem preservadas do litoral português”. Ainda segundo o Club Med, trata-se de uma região de “considerável interesse turístico, em resultado do seu valor paisagístico, mas também ecológico e conservacionista, tendo estes valores levado à integração da envolvente em áreas classificadas nacionais e europeias, como a Reserva Nacional do Estuário do Sado e inserido na Zona Especial de Proteção das Ruínas de Troia”.
Além dos edifícios, o projeto prevê a construção de pavilhões “integrados na paisagem” e destinados a atividades como restaurante gourmet, bar e estruturas de apoio a equipamentos desportivos. De acordo com os documentos apresentados à AIA, e consultados pelo “Diário do Alentejo”, os promotores garantem que o investimento está “associado a uma forte vertente de sustentabilidade e de integração paisagista, procurando demonstrar a possibilidade de se executar uma obra de grande escala, sem colocar em risco os valores ambientais e a sustentabilidade desta área”, propondo-se avançar com “uma intervenção de referência a nível arquitetónico e urbano”.
Segundo a mesma fonte, será o primeiro empreendimento “de classe mais elevada” do Clube Med na Europa. “A uma hora e meia de Lisboa, Troia oferece um grande potencial para escapadelas de fim de semana e para empresas que desejam organizar eventos corporativos, segmentos que permitirão aumentar as taxas de ocupação durante as épocas intermédias”.