Os eurodeputados do PSD, Cláudia Monteiro de Aguiar e Álvaro Amaro questionaram a Comissão Europeia sobre as medidas que o governo português está a tomar para evitar a disseminação da praga de mexilhão-zebra (Dreissena polymorpha) no Alqueva. Segundo um comunicado dos sociais-democratas, citado hoje pelo diário Público, a ameaça que paira sobre uma das maiores albufeiras da Europa leva os eurodeputados a considerarem urgente actuar no controle da praga do mexilhão-zebra no sentido de evitar os “efeitos devastadores na biodiversidade da bacia hidrográfica do Guadiana e para os sectores da agricultura e do turismo.”
Os deputados questionam igualmente a atenção daquele organismo europeu sobre as medidas que o governo português “está a tomar para evitar a disseminação da praga” de um dos bivalves mais perigosos do mundo numa reserva de água que até 2023 irá regar mais de 180 mil hectares de área agrícola na região Alentejo. E perguntam: “Tem a Comissão conhecimento das medidas tomadas pelo Governo português para prevenir e mitigar esta praga? Acompanha a Comissão a propagação do mexilhão-zebra que se estende pelo território espanhol e ameaça o território português?”
Para Cláudia Monteiro de Aguiar, “esta matéria é demasiado séria para ser desprezada”. E acrescenta: o impacto que esta praga pode ter para o turismo do interior de Portugal, para a biodiversidade do Guadiana e também para a agricultura “é tremendo e apenas evitável através de uma prevenção eficaz e um controlo sério por parte das autoridades competentes, quer portuguesas quer espanholas, e não estamos a assistir a nada disso.”
Ainda segundo o Público, a constatação de que nem tudo estará a ser feito para controlar a praga leva Cláudia Monteiro de Aguiar a propor à Comissão Europeia que concretize a aplicação de “apoios extraordinários e directos ao combate ao mexilhão-zebra, através de ajudas à sua prevenção e mitigação”. Pretendem que esta acção seja extensiva “a quem investiu na agricultura e no turismo” e beneficie do regadio do Alqueva.
O mexilhão zebra, uma espécie bivalve de água doce não-comestível de três centímetros de comprimento, nativo dos lagos do sudeste da Rússia, dos mares Negro, Cáspio e de Azov e está presente em Espanha desde 2001. Já causou prejuízos no Ebro e há poucos meses propagou-se também às bacias hidrográficas do Júcar e do Guadalquivir e ameaça chegar à albufeira do Alqueva.