Diário do Alentejo

Ulsba: Rácio de médicos abaixo da média nacional

14 de outubro 2019 - 11:30

Segundo dados do Relatório Social do Ministério da Saúde e do Serviço Nacional de Saúde, divulgado nesta semana, o número de médicos que prestam serviço na Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (Ulsba) passou, entre 2016 e 2018, de 224 para 213, uma redução de 11 profissionais explicada pela ausência de candidaturas aos concursos de recrutamento entretanto abertos. Contas feitas, de acordo com o método utilizado pelo Ministério da Saúde para efeitos de comparabilidade entre as diferentes regiões de saúde, na Ulsba existe um rácio de cerca de 1,7 médicos por mil habitantes, muito abaixo do nacional (2,9) e do registado na região de Lisboa e Vale do Tejo, cujo rácio de três médicos por mil habitantes é o mais elevado do País.

No mesmo período de três anos o número de médicos no Hospital do Espírito Santo, em Évora, subiu de 283 para 307. A ARS do Alentejo e a Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano (Ulsna) também registaram aumento do número de médicos, tendo a Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano (Ulsla), em Santiago do Cacém, mantido os 133 profissionais que ali prestam serviço. A diminuição do número de médicos na Ulsba é particularmente significativa tendo em conta que dos 228 lugares previstos no quadro de pessoal só 149 (65 por cento) estão contratados, sendo as necessidades suprimidas com o recurso à prestação de serviços. Neste regime foram contratados, em 2018, 64 médicos. “A atividade médica realizada sob a forma de prestação de serviços visa, maioritariamente, assegurar a prestação de trabalho em contexto de urgência”, esclarece o Ministério da Saúde, numa nota introdutória aos resultados do relatório social.

O Centro Hospitalar e Universitário do Algarve foi o que mais contratou em regime de prestação de serviços, seguido do Centro Hospitalar do Médio Tejo, do Centro Hospitalar do Oeste e da Ulsna. Na maior partes das vezes estes profissionais são especialistas em Medicina Geral e Familiar, Interna, Anestesiologia ou Ginecologia. No caso da Ginecologia, a falta de profissionais já levou a diversos encerramentos do bloco de partos do hospital de Beja, o único a funcionar no Baixo Alentejo e Alentejo Litoral e no qual existem apenas cinco obstetras, dos quais dois são médicos aposentados e com horário reduzido, não prestando serviço de urgência. “Seriam necessários entre 16 a 18 para assegurar todas as escalas", referiu recentemente o presidente do colégio de ginecologia/obstetrícia da Ordem dos Médicos, João Bernardes, classificando o problema de Beja como “gravíssimo”.

No que diz respeito aos enfermeiros, o número de profissionais aumentou nos últimos três anos em todas as regiões, tendo passado de 540 para 582 na Ulsba e de 2118 para 2252 em toda a área da ARS do Alentejo.

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