Diário do Alentejo

Agricultura: Produção de amêndoa duplica numa década

12 de outubro 2019 - 12:10

A produção de amêndoa está prestes a duplicar em Portugal com novas plantações na última década, nomeadamente em zonas sem tradição da cultura, como o Alentejo, revelou o Centro Nacional de Competências dos Frutos Secos. De acordo com os dados oficiais, desde 2010, que este fruto seco tem vindo a crescer e com as novas plantações que começarão a dar fruto dentro de dois ou três anos a produção nacional irá duplicar para 40 mil toneladas.

 

A apetência do mercado mundial pelos frutos secos e as condições naturais para a produção em Portugal têm despertado e renovado o interesse por algumas culturas que “estão em franco crescimento”, com destaque para a amêndoa. “Assistimos a novas plantações e à reconversão de outras com crescimento forte no Alentejo, mas também nas Beiras e Ribatejo, que não tinham tradição nesta cultura, que estava em Trás-os-Montes e Algarve”, indicou Albino Bento, do Centro Nacional de Competências dos Frutos Secos (CNCFS), acrescentando que no Alentejo existiam “entre 300 a 500 hectares de amendoal e agora são 10 mil hectares”.

 

Em Trás-os-Montes ocorreu “um crescimento de 10%” e, dentro de dois a três anos, a expectativa é o país estar com “o dobro da produção de amêndoa em casca”, equivalente a perto de “40 mil toneladas”. A sub-fileira dos furtos secos que continua na dianteira em Portugal é a da castanha, com a produção concentrada essencialmente em Trás-os-Montes. Esta é, de acordo com Albino Bento, a única sub-fileira de frutos secos em que o país é autossuficiente e exportador líquido.

 

A produção direta vale cerca de 70 milhões de euros, um valor do qual a amêndoa se está a aproximar com a perspetiva de o aumento da produção equivaler a um movimento financeiro de cerca de 60 milhões de euros no produtor, segundo ainda os responsáveis. Ainda assim, Portugal está longe de ser autossuficiente na produção de amêndoa e continua a importar, com os Estados Unidos da América a dominarem 80% do mercado mundial.

 

Os portugueses começam agora também a apostar na produção de noz, com uma colheita anual de quatro mil toneladas, e ainda timidamente na avelã e no pistácio ou alfarroba.

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