Diário do Alentejo

Estudantes do Baixo Alentejo em greve pelo clima

27 de setembro 2019 - 09:25
Foto: D.R.

Esta a decorrer, desde a sexta-feira passada, uma semana de mobilização global para alertar para a necessidade de serem tomadas medidas mais amigas do ambiente. E o conjunto de ações, que tem vindo a decorrer um pouco por todo o mundo, culmina hoje, sexta-feira, dia 27, com uma greve geral pelo clima. De Beja a Sines, o movimento vai sair à rua.

 

Texto Bruna Soares

 

Se em maio passado o movimento estudantil chegou a mais cidades portuguesas e, inclusive, a algumas do distrito de Beja, pela mão dos estudantes, desta feita espera-se que a sociedade adira em peso e que se junte aos alunos, até porque, como dizem os promotores do protesto, “este é o tempo de reivindicar”, uma vez que as eleições legislativas estão aí. Assim, à semelhança do que se passou em maio, do interior ao litoral alentejano, há protestos agendados. Em Beja, certo, para já, é que os alunos da Escola de Santa Maria estão a preparar um protesto e pretendem que mais alunos se juntem a esta manifestação porque “não há planeta B”. A estratégia destes estudantes, contudo, também é chegar aos alunos mais novos e, deste modo, têm planeado “ir até às salas de aula e mostrar o porquê de estarem a reivindicar medidas urgentes”, mostrando cartazes e prestando esclarecimentos.

 

Em Sines, por sua vez, quem está à frente da ação é o Núcleo da Greve Climática do Alentejo Litoral e o Alentejo Litoral pelo Ambiente (ALA), que organiza uma concentração para hoje, sexta-feira, no jardim das Descobertas, às 17:00 horas. E, mais tarde, às 21:30 horas, na cafetaria do castelo de Sines, o ALA exibe o filme “O plano”, seguindo-se um debate. “Neste dia 27 paramos para avançar. Paramos porque o nosso futuro, de todas as gerações hoje vivas, está a ser-nos roubado à frente dos nossos olhos. Paramos porque somos as últimas gerações que podem resolver este problema e, portanto, somos aquela que tem o dever de fazê-lo”, pode ler-se no comunicado enviado por este núcleo. Que acrescenta: “Paramos pela vida. Paramos pelas nossas vidas. Paramos porque a economia do petróleo, do gás e do carvão tem de parar e porque temos mesmo de ganhar. Paramos porque não há mais tempo a perder”.

 

Em Castro Verde a greve vai acontecer entre as 17:00 e as 20:00 horas, junto à Escola Secundária de Castro Verde, sendo organizada pelos estudantes. Que alertam: “A luta não é só dos estudantes. À porta da escola reúnem-se todos aqueles que lutam pelo planeta a que têm direito”. E dizem: “Convidamos organizações, entidades, partidos políticos e, acima de tudo, pessoas que reconhecem o grande problema e lutam contra ele e pela nossa existência”.

 

Já em Serpa, o protesto sairá à rua a partir da escola secundária, entre as 10:30 e as 13:30 horas. Vão depois ser percorridas as artérias até à praça da República. “No culminar das Semana da Globalização pelo Clima, participaremos nas manifestações associadas à Greve Climática Global. Jovens, adultos, crianças, idosos. Juntos estaremos presentes pelo futuro. Manifestaremos as nossas preocupações, sensibilizando aqueles ainda distantes e exigiremos ações, planos e compromissos responsáveis e à altura dos problemas que enfrentamos e que afetarão gravemente o futuro das nossas crianças”.

 

Recorde-se que a Amnistia Internacional endereçou uma carta a 3150 escolas portuguesas a apelar a que autorizem os alunos a participar na Greve Climática Global. A mensagem seguiu, assim, para estabelecimentos de todos os níveis de ensino, público e privados, incluindo conservatórios e escolas profissionais.

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