É por isso que “há toda a necessidade de ter uma programação intensa na cidade, envolvendo criadores e criação artística a partir de Évora e a mediação com os públicos e a comunidade”, de que é exemplo o festival Artes à Rua, que vai na 3.ª edição, assim como outros eventos culturais locais, frisou. “Não é fácil de conseguir, mas, de ano para ano, as novas criações geradas cá vão sendo cada vez mais e isso é importante porque entendemos que Évora é um centro de criação contemporânea e deve ser um centro exportador de produtos culturais e artísticos”, destacou Luís Garcia.
O Artes À Rua, que arrancou a 13 de julho, contou com cerca de 300 participantes, vários deles internacionais, provenientes de 12 países, que protagonizaram quase cem espetáculos. Cinema, dança, teatro, escultura, fotografia, música, performance, teatro e literatura foram áreas artísticas abordadas neste evento, considerado pela câmara como um “não festival”, por se prolongar por “dois meses”, em vez de durar apenas “três dias”.
“Não é um festival como os outros”, mas sim “um elemento de resistência para afirmar a cultura como algo essencial para a liberdade, a democracia e a paz”, afirmou o vereador da Cultura, Eduardo Luciano, aquando da apresentação da iniciativa em Lisboa, a 4 de julho.
Nesta quinta-feira, último dia da programação, o “prato forte” é a atuação da Orquestra Barroca Casa da Música e do maestro, violinista e contratenor Dmitry Sinkovsky, referiu o município. Neste espetáculo, em que a formação da Casa da Música retoma a digressão “Orquestra no Património”, vão ser apresentadas músicas de dança francesa, assim como obras de Handel e de Vivaldi, perante “um auditório imenso, com 800 lugares sentados”, na Praça do Giraldo, às 22:00, disse Luís Garcia.
A instalação, na Rua de Machede, de esculturas em mármore da autoria de Isaac Pinheiro, a performance “Ninhos”, de Chissangue Afonso, no Largo da Sé, e uma festa final na Praça do Sertório, ao som de Bule-Bule & Luiz Caracol, do coletivo de artistas RUMA, são as outras propostas. “O compromisso do festival, que é mediar a relação entre as pessoas e os lugares patrimoniais da cidade, a partir de objetos artísticos, foi cumprido. Aconteceram coisas em vários locais, muitos deles imprevisíveis, e as pessoas foram aos sítios onde as coisas aconteceram”, congratulou-se Luís Garcia.