Diário do Alentejo

Jerónimo: "PS nunca iria tão longe se não fosse o PCP”

26 de agosto 2019 - 08:20
Foto Rádio Sines | D.R.Foto Rádio Sines | D.R.

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, diz que o Governo do PS “nunca iria tão longe se não fosse o PCP e a CDU”, em resposta a Carlos César que pediu “maioria clara” nas eleições legislativas. “Hoje um dos dirigentes máximos do PS declarava que existe a necessidade de uma maioria clara, seja lá o que isso for, para que o PS não tenha de se sujeitar às exigências de outros”, disse o secretário-geral do PCP durante um jantar na Feira de Agosto, em Grândola. Perante uma plateia de mais de duas centenas de pessoas, Jerónimo de Sousa não deixou de questionar a quem se referia o presidente e líder parlamentar do PS. “Quem são os outros e quais são as exigências?”, questionou, para acrescentar algumas das conquistas do PCP e da CDU ao longo da legislatura.

 

Neste âmbito exemplificou com “a gratuitidade dos manuais escolares, a evolução das carreiras e dos salários, e o estatuto dos trabalhadores da administração pública e das forças de segurança, s necessidade de considerar no Orçamento do Estado (OE) 1% para a Cultura ou a redução dos passes intermodais”. Considerando que o PS tem mostrado “preocupação pela posição do PCP” em relação à legislação laboral, o líder comunista adiantou que o objetivo do partido de António Costa passa por alcançar a maioria nas próximas eleições para “ficar com as mãos livres”.

“Esta legislação laboral que o PS viu aprovada, com a bênção do PSD e do CDS e com apoio do patronato, significa que o que o PS quer com estas eleições de 06 de outubro é ficar com as mãos livres para fazer aquilo que entende e não fazer aquilo que é necessário para o nosso país em termos de direitos e rendimentos”, alertou.

 

Segundo Jerónimo de Sousa, “se o PS tivesse a tal maioria absoluta ou clara teríamos o retrocesso em muitas áreas sociais”, considerando que “se não houvesse reforço da CDU aí estariam eles de mãos livres para prosseguir traços fundamentais da política de direita”. O secretário-geral comunista destacou, ainda, que “avanços e conquistas foram possíveis pela ação decisiva do PCP e do PEV, como a reposição dos salários roubados, o aumento das reformas, das pensões, a reposição do subsídio de Natal por inteiro, o alargamento do abono de família, os manuais escolares gratuitos, o descongelamento das carreiras ou o desagravamento do IRS”.

No encontro com candidatos, militantes e simpatizantes do PCP no litoral alentejano, o líder comunista criticou ainda o financiamento do Governo ao Novo Banco. “O Governo está disposto a dar mais uma fatia de 570 milhões de euros para o Novo Banco facilitando, assim, a vida à multinacional que tomou conta do banco. Não há dinheiro para acudir à saúde, atender às reivindicações dos trabalhadores, mas há para acudir ao Novo Banco, aos banqueiros e às suas vigarices e a este esquema que atualmente existe nas Finanças”, criticou Jerónimo de Sousa.

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