Diário do Alentejo

Costa apela à valorização da "riqueza" do interior

26 de agosto 2019 - 09:05

O secretário-geral do PS fez um apelo ao país para conhecer a Estrada Nacional 2 (N2) entre São Brás de Alportel e Almodôvar, como forma de valorizar o interior e o património natural e cultural.O apelo foi feito no miradouro da serra do Caldeirão, onde a comitiva do também primeiro-ministro parou no âmbito de uma visita à N2. “O primeiro objetivo é voltarmos a ver um país que tem ficado escondido pelas autoestradas e ver o seu enorme potencial, a partir dos recursos naturais que tem – começámos por ver as termas em Chaves –, aquilo que são as suas produções naturais, culturais e as suas riquezas paisagísticas”.

O secretário-geral do PS insistiu em que o interior é uma “fonte de inspiração” e sublinhou que as autarquias da N2 se juntaram numa associação intermunicipal para “valorizar este património”, apesar de serem de partidos diferentes, como o país vai ter de fazer em outubro, após as eleições legislativas. António Costa frisou que a serra do Caldeirão “está também na linha da frente” do que são as consequências das alterações climáticas. “Portugal foi o primeiro país no mundo a assumir 2050 com meta para a neutralidade carbónica. Fomos também o primeiro país a aprovar o nosso roteiro para a neutralidade carbónica, definindo nas diferentes áreas – desde a produção de energia à economia circular – quais são as metas que tem de cumprir para assegurar esta neutralidade, porque não basta ter este objetivo. Temos esta ambição, é depois necessário programar e agir”, acrescentou.

A falta de água, sublinhou, pode deixar a “paisagem alterada” e afeta uma “grande riqueza desta serra, que são os sobreiros”, árvores que “estão já a sofrer consequência da falta de água”, juntamente com o a apicultura, que sofreu uma “descida significativa da produção devido à seca”.

 

“É por isso que no final deste ano teremos aprovados planos de seca em cada uma das bacias hidrográficas, para podermos definir em cada uma o que é necessário fazer para podermos aproveitar melhor esse recurso fundamental que é a água, como condição de vida e de preservação destes habitats”, argumentou. O programa de António Costa incluiu passagens por Aljustrel – “As antigas Minas de Algares têm um projeto para a sua valorização turística. Foi lá que carimbei o meu passaporte [de viagem pela N2] a mais de 30 metros de profundidade” – Castro Verde e Almodôvar, onde almoçou com militantes e candidatos socialistas pelo distrito de Beja.

 

Antes, em Alcáçovas, explicou o objetivo da iniciativa: ”Quando falamos muito de interior, temos que olhar para este interior e ver o que é que temos aqui (…) e o que podemos fazer (…) para acrescentar valor ao todo nacional” e “a cada um dos territórios e às gentes que ocupam estes territórios”. O dirigente socialista frisou que o que tem visto neste percurso é que existe “imensa riqueza local” que o país pode “transformar em riqueza nacional”. “Aquilo que eu quero mostrar é que há muito aqui para valorizar” no interior “e que é possível, de facto, desde que tenhamos as políticas certas, a organização certa, os objetivos certos, levar o país para a frente e valorizar estes territórios”, argumentou.

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