Diário do Alentejo

População de Beja prejudicada com falta de medicamentos

09 de agosto 2019 - 09:45
DRDR

No último ano, no distrito de Beja, quase 70 por cento dos utentes (68,22 por cento) enfrentaram algum tipo de indisponibilidade de medicamentos e destes, 32,17 por cento recorreram a uma nova consulta para obter o medicamento disponível. São dados revelados por um estudo realizado pelo Centro de Estudos e Avaliação em Saúde (Cefar), ligado à Associação Nacional de Farmácias (ANF).

 

A população do distrito de Beja surge no estudo como uma das mais prejudicadas, registando o maior número de pessoas obrigadas a interromper o tratamento devido à falta de determinados fármacos: 9,30 por cento, quase o dobro da média nacional (5,70 por cento).

 

Na análise, as regiões mais desertificadas e economicamente mais desfavorecidas do interior do País são as que registam mais ocorrências deste tipo. Beja está entre os distritos com piores resultados do estudo, com valores acima da média nacional (52,2 por cento declararam dificuldades no acesso à medicação prescrita).

 

O estudo do Cefar conclui que “a falta de medicamentos nunca afetou tanto os portugueses: 3,4 milhões depararam-se com este problema”.

 

A indisponibilidade de medicamentos levou ainda 1,4 milhões (21,50 por cento) de utentes a recorrer a consulta médica para alterar a prescrição. O recurso a estas consultas “causou elevados custos quer para o sistema de saúde (35,3 a 43,8 milhões de euros), quer para o utente (2,1 a 4,4 milhões de euros)”, sempre segundo o mesmo estudo.

 

Os inquéritos para o relatório sobre o “Impacto da Indisponibilidade do Medicamento no Cidadão e no Sistema de Saúde”, da Cefar, foram realizados na primeira semana de abril deste ano e contaram com a participação dos utentes de 2097 farmácias em Portugal.

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