Também Adérito Araújo, fundador da GARE – Associação para a Promoção de uma Cultura de Segurança Rodoviária, considera que “a GNR é extraordinária no serviço que presta, mas precisa de mais efetivos”. “Enquanto não forem tomadas medidas a sério isto vai continuar”, desabafa Adérito Araújo, criticando o facto de a Estratégia Nacional de Segurança Rodoviária ter sido aprovada, mas as medidas aí previstas não terem sido aplicadas. Para este ativista, esta é uma “guerra” que tem de começar a ser travada no 1.º ciclo do ensino básico, incluindo no programa as noções de segurança rodoviária. Até porque as causas principais da sinistralidade continuam a ser a velocidade, o álcool e as ultrapassagens, tudo comportamentos que dependem exclusivamente dos condutores.
Ponto negro em OuriqueO concelho de Ourique é o ponto negro do distrito. O IC1 é a estrada que regista um número elevado de vítimas mortais. Mário Batista, comandante dos Bombeiros Voluntários de Ourique, confirma que o número de acidentes baixou, mas as vítimas mortais e os feridos graves aumentaram: “Em maio, no mesmo dia, de dois acidentes resultaram três mortos”, revela.Este operacional, que aponta a zona entre Aldeia de Palheiros e a entrada no distrito de Faro como “a mais problemática”, verifica ainda que “quando existe um fluxo de tráfego constante os acidentes diminuem”, aumentando quando “existe menos trânsito” e os condutores abusam da velocidade na condução.
Marcelo Guerreiro, presidente da Câmara Municipal de Ourique, diz que esta problemática é acompanhada pelo município ao nível da Proteção Civil. O autarca relembra que o território do seu concelho “é atravessado pelo IC1, pela autoestrada e pelas estradas nacionais 123 e 389”, que fazem a ligação ao litoral, e que “historicamente apresentam números elevados de acidentes”. No entanto, o estado de conservação das vias “está em estado razoável”, mas “o traçado sinuoso das vias a juntar à imprudência dos condutores leva a estes registos trágicos”, lamenta.