Diário do Alentejo

Joe Berardo projeta museu de azulejo em Estremoz

17 de junho 2019 - 16:20

Apesar das polémicas – e da dívida de 980 milhões de euros – Joe Berardo prevê abrir, em outubro, um museu em Estremoz, que ficará instalado no Palácio dos Henriques, também conhecido como Palácio Tocha. É o que está previsto em dois protocolos assinados, em julho de 2016 e abril deste ano, entre o empresário e a autarquia local. Ali serão colocadas duas coleções, uma de azulejaria e outra de arte africana.

Em declarações ao Público, o presidente da Câmara de Estremoz, Francisco Ramos, admitiu que os riscos resultantes da instalação dos dois museus “não são evitáveis”, mas garante que os direitos e as obrigações das partes estão “claramente definidos” e “salvaguardam os interesses da autarquia”.

 

Citado pelo mesmo jornal, José Sadio, vereador do PS, confirma que as obras do novo museu “estão quase prontas”. No entanto, segundo refere, “é sempre de admitir que possam surgir complicações”, observa o autarca socialista, lamentando que a oposição tenha sido “sistematicamente arredada” deste processo, iniciado ainda com o anterior presidente da Câmara — o também independente Luís Mourinho, que em Fevereiro deste ano perdeu o mandato após condenação em tribunal por crime de prevaricação e abuso de poder.

 

Residência do capitão Barnabé Henriques, o palácio foi construído em inícios do século XVIII, facto bem comprovado pela sua arquitetura e decoração. O primeiro piso oferece-nos uma mostra do que foi a azulejaria portuguesa, barroca e rococó, entre os reinados de D. João V e D. Maria I.

 

O Museu Berardo de Estremoz pretende ser um espaço museológico de referência onde o visitante poderá desfrutar do melhor da arte, através de um vasto e diversificado acervo que é constituído pelas várias coleções do universo mais vasto da Coleção Berardo, considerada uma das mais prestigiadas coleções privadas a nível internacional.

 

Para além dos cerca de 1500 painéis que integram a coleção de Azulejos, com exemplares do século XV até à atualidade, o Museu Berardo de Estremoz irá contar com obras das coleções de Arte Deco e Arte Nova, Arte Africana, Arte Shona, figuras em Terracota, cerâmica Bordalo Pinheiro, Arte Latino Americana, Arte Moderna e Contemporânea, coleção Erich Kahn, posters e cartazes, coleção Ernesto de Sousa e Arte Indiana.

 

A instalação do Museu Berardo de Estremoz envolve a recuperação integral do edifício do Palácio dos Henriques, declarado Imóvel de Interesse Público, contribuindo assim para a reabilitação do património cultural da cidade e para a diversificação da oferta cultural e turística do concelho.

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