O Governo aprovou o relatório do grupo de trabalho que avaliou a viabilidade técnico-financeira do projeto hidráulico de fins múltiplos da Barragem do Pisão, no concelho de Crato, cuja construção, prometida desde 1957, é reivindicada por diversos setores. “O Governo aprovou o relatório do grupo de trabalho, que avaliou a viabilidade técnico-financeira do empreendimento de aproveitamento hidráulico de fins múltiplos do Crato, vulgo Barragem do Pisão, que concluiu `pela sustentabilidade técnica e viabilidade financeira do projeto’“, lê-se num comunicado enviado à Lusa pelo gabinete do ministro Adjunto e da Economia.
Em despacho conjunto publicado em Diário da República, o Governo determinou o início dos trabalhos para a concretização da Barragem do Pisão e que envolvem, no imediato, a elaboração de estudos e projetos, avaliação de impacte ambiental e a compatibilização necessária com instrumentos de gestão territorial. “O despacho identifica a barragem do Pisão como financeiramente viável, com uma Taxa Interna de Rentabilidade (TIR) de 4,9% de 20 anos de operação, um Valor Atualizado Líquido (VAL) para uma taxa de atualização de 4% de 14,7 milhões de euros e um tempo de amortização do investimento para uma taxa de atualização de 4% de 22 anos”.
O relatório propõe ainda que, independentemente da forma de financiamento a ser decidida na altura de execução, “seja criada” uma entidade pública para fazer a “promoção/gestão global” do aproveitamento, através da “atribuição da concessão” da exploração e gestão da barragem.
O despacho é assinado pelo ministro Adjunto e da Economia, Pedro Siza Vieira, pelo ministro do Planeamento, Nelson de Sousa, pelo ministro do Ambiente e da Transição Energética, João Pedro Matos Fernandes, e pelo ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, Capoulas Santos.
Na base das conclusões do relatório estão as “vantagens” do futuro empreendimento para o abastecimento público às populações, para a agricultura, para a mitigação às alterações climáticas, para a proteção da biodiversidade, para o reforço da investigação científica e da qualificação profissional, assim como para a criação de empregos.