A Inspeção Geral da Administração Interna (IGAI) defende uma reorganização do dispositivo territorial da GNR e da PSP. Segundo revela este domingo o Diário de Notícias (DN), a distribuição dos postos e das esquadras é "desadequada" às populações que servem, sendo que no Alentejo, em especial no distrito de Beja, é onde se verificam os "casos mais gritantes de desproporcionalidade entre meios policiais, área e população”.
As conclusões constam de uma uma auditoria, que começou a ser feita há quatro anos, por iniciativa da ex-inspetora-geral Margarida Blasco, sendo proposta a revisão do modelo organizativo da GNR e da PSP "adequando-o à nova realidade territorial”. A auditoria foi enviada ao Ministério da Administração Interna.
O jornal lembra que esta foi também uma das conclusões do estudo feito pela IMS (Information Management School), da Universidade Nova, segundo o qual 50 por cento da população habita áreas que distam mais de cinco quilómetros das forças de segurança e 14 por cento da população vive em áreas a mais de 10 km, onde a presença das forças de segurança é menos visível, havendo casos em que a resposta da patrulha mais próxima pode demorar mais de duas horas.
"Não é apenas a distância a que o posto se encontra que deve ser considerada mas também, mesmo com o esforço da força de segurança por se tentar manter visível, a percepção de segurança que diminui dada a falta da proximidade", principalmente dos postos da GNR que têm uma muito maior cobertura territorial, assinala Sara Ribeiro, uma das peritas do IMS, citada pelo DN.
No início deste mês a Associação dos Profissionais da Guarda (APG) denunciou que em alguns turnos do Destacamento de Évora da GNR chega a haver apenas um só militar para patrulhar uma área de mais de dois mil quilómetros quadrados e uma população de 24.705 habitantes.