Texto Carlos Lopes Pereira
Cinco municípios da Margem Esquerda do Guadiana (MEG), apresentaram em abril uma candidatura conjunta destinada à criação de uma bio região. Os municípios envolvidos na Bio Região da MEG são Serpa, Moura, Mértola e Barrancos, do distrito de Beja, e Mourão, do distrito de Évora, que já assinaram entre eles um protocolo de colaboração.
A candidatura surge no âmbito da dinamização do Centro de Competências da Agricultura Biológica e dos Produtos no Modo de Produção Biológico (Ccbio) e pretende a integração dos cinco municípios da MEG na International Network of Eco Regions (Inner), uma rede internacional sediada em Roma.
A ideia partiu da Câmara Municipal de Serpa, que endereçou à Associação Rota do Guadiana uma proposta para que a iniciativa fosse analisada numa plataforma mais alargada de parceiros e num quadro supraconcelhio. Neste sentido, a candidatura inclui, para além dos cinco municípios da MEG, a Rota do Guadiana – Associação de Desenvolvimento Integrado e o Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária.
No âmbito da constituição, planeamento e dinamização da Bio Região da MEG, foi apresentado em abril um pedido de apoio ao Programa de Desenvolvimento Rural 2014-2020 (PDR 2020). No próximo dia 27 de junho, Serpa irá receber a visita do presidente da Inner, Salvatore Basile, o momento da entrega formal da candidatura.
Há a ideia de associar a futura Bio Região da MEG a outras bio regiões no País e a nível europeu e mundial, para troca de experiências. Nesse sentido, está já prevista a participação na 1.ª Conferência Mundial de Bio Regiões, que se realiza em julho, e a visita a uma bio região europeia, em março de 2020. Estas iniciativas visam a troca de experiências e a identificação de boas práticas com capacidade de replicação na MEG.
Questionado pelo “Diário do Alentejo”, o presidente da Câmara Municipal de Serpa, Tomé Pires, defende que a iniciativa “é, sobretudo, uma afirmação dos vários modos de produção que se praticam na agricultura extensiva, que ocupa a maior área da superfície agrícola utilizável da MEG”. O autarca serpense considera importante referir, uma vez mais, que “a agricultura intensiva não é incompatível com modos de produção sustentáveis e também pode ser conduzida de forma a ser mais compatível com a preservação do ambiente”. Por isso, insiste, “importa reforçar que não estamos contra nenhuma cultura, nem contra nenhum modo de produção, mas defendemos a existência de regras e o seu cumprimento”.