Diário do Alentejo

Vítimas do colapso da estrada de Borba aguardam indemnização

18 de maio 2019 - 15:00

Familiares de vítimas mortais da derrocada da estrada municipal 255 em Borba (Évora) continuam a aguardar as indemnizações e, seis meses depois do acidente, gostariam que a investigação criminal já estivesse “mais avançada”. “Não sabemos nada da investigação, mas com certeza que já devia estar mais avançada. São seis meses, não são seis dias, não é?”, argumentou à agência Lusa Cristina Salas, viúva de Gualdino Pita, um dos dois trabalhadores que morreu na pedreira que estava ativa.

 

Cristina Salas realçou que os familiares precisam de “respostas”, porque estas sempre “confortam um bocadinho”. O Estado “está agora a avançar” com as propostas de indemnização, através da Provedoria de Justiça, “mas não há um culpado e alguém tem de ser culpado”, reclamou, frisando que, “nesta altura, já devia haver mais qualquer coisa”.

 

Na tarde de 19 de novembro de 2018, um troço de cerca de 100 metros da estrada municipal (EM) 255, entre Borba e Vila Viçosa, no distrito de Évora, colapsou devido ao deslizamento de um grande volume de rochas, blocos de mármore e terra para o interior de duas pedreiras.

 

O acidente causou a morte de dois operários de uma empresa de extração de mármore na pedreira ativa e de outros três homens, ocupantes de duas viaturas que seguiam no troço da estrada que ruiu e que caíram para o plano de água da pedreira que não tinha atividade.

 

No início deste mês, a Provedoria de Justiça concluiu o envio de todas as propostas aos 19 pedidos de indemnização apresentados por familiares e herdeiros das cinco vítimas mortais, que têm um mês para decidirem se aceitam ou não.

 

Tanto Cristina Salas como o advogado de Natália Xavier, viúva do outro operário que faleceu na pedreira ativa (João Xavier), disseram agora à Lusa que ainda estão a analisar as propostas da Provedoria de Justiça e não tomaram qualquer decisão. “Da nossa parte são sete requerentes, a viúva, a mãe e os cinco filhos de João Xavier”, indicou o advogado António Bastos, revelando que a sua cliente chegou foi “a acordo, em abril, com a seguradora da empresa” onde o marido trabalhava “para o pagamento da pensão por morte”.

 

Polícia Judiciária e Ministério Público indicam que a investigação continua em curso num processo que se encontra em segredo de justiça.

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