Diário do Alentejo

Setor do vinho no Alentejo com "notório crescimento"

17 de maio 2019 - 19:00

O setor dos vinhos no Alentejo teve um “notório crescimento” em 30 anos, passando de 720 mil litros certificados em 1990 para 85 milhões de litros em 2018, revelou o presidente da Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA), Francisco Mateus, na sessão de abertura do 11.º Simpósio de Vitivinicultura do Alentejo, a decorrer em Évora. Francisco Mateus diz ter existido “um notório crescimento” do setor “no espaço de 30 anos” e deu como exemplo as vindimas de 1989 e de 2017, assim como as respetivas produções de 1990 e de 2018.

 

“Na vindima de 1989, o Vinho de Qualidade Produzido em Região Determinada (Vqprd)” no Alentejo “nasceu” de 1650 hectares de vinha plantados, o que resultou numa produção em que “foram certificados, em 1990, 720 mil litros”. Já na vindima de 2017, comparou, o vinho com “selo de Denominação de Origem Controlada (DOC)” e o Regional “vieram de 21 350 hectares”, tendo sido certificados, no ano seguinte, “85 milhões de litros”.

 

Ao nível do mercado nacional e em termos de vinhos com designação de origem, a região representou “37 por cento em volume e 41 por cento em valor”, o que, segundo o mesmo responsável, significa que o preço de garrafa do vinho do Alentejo "está a valorizar no mercado nacional e isso é um bom sinal”, porque evidencia “que as pessoas estão dispostas a pagar mais por um vinho da região”.

 

Quanto à exportação, sem referir números concretos, Francisco Mateus explicou que a tendência foi semelhante à do mercado nacional, ou seja, “verificou-se um decréscimo em termos de volume, mas o preço médio da garrafa também aumentou”.

 

“É preciso não esquecer que tivemos três campanhas com menos produção e, portanto, havia menos ‘stocks’ disponíveis para venda e foi isso que fomos verificando ao longo do tempo, não vai tanto vinho para o mercado”, indicou.

 

Ainda quanto a 2018, “o Alentejo representou 11,7 por cento da área de vinha em Portugal (22 mil hectares), 17,8 por cento da produção de vinho, 8,1 por cento no volume e 8,4 por cento no valor de exportação de vinhos engarrafados, incluindo o Porto”, assinalou.

 

“Para uma região entre 14, que são aquelas que o País tem, penso que estes são dados muito positivos. E é lógico que o nosso objetivo é crescer, mas não nos podemos esquecer que não é só o Alentejo que quer crescer, todos querem crescer”, disse o presidente da CVRA.

 

O futuro e a sustentabilidade do setor do vinho em termos económicos, sociais e ambientais são os temas em foco no 11.º Simpósio de Vitivinicultura do Alentejo, promovido pela CVRA, Associação Técnica dos Viticultores do Alentejo (Ateva), Universidade de Évora, Direção Regional de Agricultura e Pescas e a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Alentejo.

 

O encontro, realizado de três em três anos, pretende divulgar o conhecimento técnico e científico ligado ao mundo da vinha e dos vinhos e promove a troca de experiências e o contacto direto entre investigadores e técnicos desta área.

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