Texto Aníbal Fernandes
Daqui a um ano, se tudo correr como previsto, o BejaPark Hotel passará de uma oferta de 70 para uma centena de quartos. Se acrescentarmos a isso a ampliação do Hotel Francis – e a remodelação que em breve irá ter lugar para aceder às quatro estrelas –, a cidade passará a contar com cerca de 300 camas com este tipo de classificação.
Um investimento estimado em cerca de 1,4 milhões de euros. João Rosa, proprietário das duas unidades hoteleiras, diz que “tem havido um aumento de procura, sobretudo, deste tipo de alojamento”, muito por causa da atividade gerada pelo aeroporto de Beja que, só por si, garante “entre sete a oito mil dormidas por ano ao concelho”, calcula.
“Sempre acreditei no aeroporto, se não acreditasse não tinha construído o hotel em 2006”. Até porque, nas palavras do empresário, descontando os clientes com origem na Hi Fly, “o aumento é muito pequeno”. “Beja ainda não é um destino turístico. Para isso é necessário acabar com alguns constrangimentos, principalmente, no que diz respeito às acessibilidades rodoviárias e ferroviárias e a abertura da pista do aeroporto ao tráfego civil”, diz. João Rosa gostaria de ver os responsáveis políticos do distrito mais dinâmicos na procura de soluções para atingir estes objetivos.
“A visão dos políticos, às vezes, não é a mesma dos empresários. O empresário é um indivíduo que gosta de fazer coisas, que tem orgulho em as ver feitas…”, desabafa. Nascido, há 70 anos, num monte, em Porto Peles, João Rosa, com 14 anos, foi para Beja trabalhar com o tio António, proprietário das Residenciais Coelho, e responsável por 75 por cento da oferta de alojamento da cidade.
Depois do serviço militar, ainda voltou para a empresa familiar, mas, depois, enveredou por outra atividade: a construção. Até ao dia em que ouviu o, na altura, presidente da Câmara de Beja, Carreira Marques queixar-se da falta de alojamentos na cidade. Enviou-lhe um fax a mostrar-se disponível para avançar com a construção de um hotel e que hoje é uma realidade pronta a crescer. Só para ver a coisa feita.