Diário do Alentejo

Baixo Alentejo adapta-se às alterações climáticas

04 de fevereiro 2023 - 16:00
Mais de cinco milhões de euros para reforço da biodiversidade
Foto | Ricardo ZambujoFoto | Ricardo Zambujo

Cimbal representa região num projeto que integra 56 entidades de 15 países europeus.

 

Texto Aníbal Fernandes

 

O Baixo Alentejo é uma das regiões parceira do projeto “Resist” – Regiões pela Resiliência às Mudanças Climáticas por Meio da Inovação, Ciência e Tecnologia – em conjunto com 56 entidades de 15 países da União Europeia. A iniciativa que foi lançada a 17 e 18 de janeiro, em Coimbra, conta com uma dotação total de 26 milhões de euros, 5,6 dos quais para Portugal.

 

A Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo (Cimbal) integra, em conjunto com a Catalunha e a região italiana de Puglia, um dos quatro grupos com características biofísicas semelhantes entre si, que se propõe aplicar “as soluções inovadoras resultantes [do estudo] para que possam ser validadas e alavancadas entre os cidadãos, promovendo a disseminação e exploração sustentável dos resultados para o mercado”.

 

Entre os 56 parceiros europeus do consórcio é possível encontrar associações, grupos de investigação sobre alterações climáticas, agências de inovação, organizações de comunicação e um fundo de capital de risco. A iniciativa promove projetos demonstradores no âmbito da missão dedicada à adaptação às alterações climáticas do programa Horizonte Europa da Comissão Europeia.

 

“O plano tem um conjunto de ações que visam o reforço da biodiversidade” e, no caso do Baixo Alentejo, irá incidir em três realidades particulares: qualidade do ar, ondas de calor e fogos rurais. Segundo Fernando Romba, primeiro-secretário da Cimbal, passa por “mitigar os efeitos das alterações climáticas, capacitando os técnicos locais – dos municípios, da área do ambiente e da proteção civil – com meios e conhecimento para nos podermos adaptar a essas mudanças”.

 

Este responsável lembra que “o Baixo Alentejo é uma das regiões mais expostas às alterações climáticas”, mas que também, desde 2019, “tem trabalho desenvolvido” neste campo.

 

O Plano Intermunicipal de Adaptação às Alterações Climáticas do Baixo Alentejo (Piaacba), que pode ser consultado no site da Cimbal e que foi apresentado durante a Ovibeja, em 2019, é um instrumento importante para responder às questões agora levantadas pelo Resist. Aliás, algumas das medidas apontadas nesse estudo já se encontram no terreno, como é o caso da parceria com a Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA) “Viver o Clima”.

 

O projeto que tem como objetivo acelerar a transformação e aumentar a capacidade de adaptação de 12 regiões europeias vulneráveis às alterações climáticas, é coordenado pelo Sintef (uma organização de pesquisa independente fundada na Noruega, em 1950, e que realiza projetos de pesquisa e desenvolvimento), em colaboração com o INOVA+.

 

O sudoeste da Finlândia, a Dinamarca Central, a Catalunha e o Centro de Portugal serão as regiões pioneiras que irão testar soluções de adaptação para os principais desafios relacionados com o clima. Cada uma dessas quatro regiões será geminada com duas outras regiões com características biofísicas semelhantes. Para além do grupo de Portugal, a região do sudoeste da Finlândia trabalhará com a Normandia (França) e a Macedónia Oriental (Grécia); a região da Dinamarca Central com Blekinge (Suécia) e Zemgale (Letónia); e a região Centro de Portugal com Vesteralen (Noruega) e Extremadura (Espanha).

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