Diário do Alentejo

Mais acidentes do que em 2021 mas ainda longe dos valores de 2019

23 de setembro 2022 - 11:15
Vítimas mortais no distrito de Beja subiram 200 por cento
Ilustração | Susa Monteiro/ ArquivoIlustração | Susa Monteiro/ Arquivo

No primeiro semestre de 2022, no distrito de Beja, ocorreram menos 60 por cento de acidentes rodoviários do que em igual período de 2019. No que diz respeito ao número de vítimas mortais a diminuição é semelhante. Em Portugal, o número total de ocorrências ultrapassou as 15 mil das quais resultaram 210 mortos e 1120 feridos graves.

 

Texto Aníbal Fernandes*

 

O  número de acidentes rodoviários no distrito de Beja, no primeiro semestre de 2022, totalizou 196, mais 33 do que no ano anterior, mas menos 272 do que no mesmo período de 2019.

 

Devido à pandemia e aos constrangimentos na circulação rodoviária verificados em 2020 e 2021, a Comissão Europeia (CE) considerou 2019 como o ano base de referência para efeitos da avaliação da evolução da sinistralidade rodoviária durante a presente década, critério que também foi adotado em Portugal.

 

Os totais nacionais registam mais de 15 mil acidentes, valor superior a 2021 (11 940), mas menor do que em 2019 (16 668). Também o número de vítimas mortais superou o do ano passado (207/142), sendo inferior a 2019 (226), segundo números divulgados no relatório da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) relativo ao primeiro semestre deste ano e publicado há dias.

 

Os acidentes com veículos agrícolas, a nível nacional, subiram de 76 para 85 no primeiro semestre de em 2022, mas as vítimas mortais passaram de cinco para quatro.

 

As ações de fiscalização efetuadas pela GNR e PSP indicam que a maior parte das autuações resultam de velocidade excessiva (280 mil), taxa de álcool superior ao permitido (15 mil), uso indevido de telemóvel (11 mil) e ausência de cinto de segurança (10 mil).

 

O documento indica também que, em comparação com 2021, no primeiro semestre de 2022 se registaram mais 2857 acidentes (+22,7%), mais 64 vítimas mortais (+43,8%), mais 187 feridos graves (+20,0%) e mais 3551 feridos ligeiros (+24,6%).

 

A ANSR relata, em relação a 2019, um aumento da circulação automóvel de 30 por cento nas autoestradas, do qual resulta um acréscimo no risco de acidente. O consumo de combustível rodoviário no primeiro semestre, de acordo com dados da Direção-Geral de Energia e Geologia, teve um aumento de 13,8 por cento.

 

 

PONTOS QUENTES NO BAIXO ALENTEJO

Dos 12 acidentes de que resultaram vítimas mortais no distrito de Beja, três localizaram-se na capital do Baixo Alentejo: um despiste numa estrada municipal, com uma vítima; um atropelamento que vitimou duas pessoas na EN18; e uma colisão, na mesma via, com mais uma vítima.

 

Em Serpa, na EN260 e na EN255, registaram-se, respetivamente, um despiste e um atropelamento, com dois falecimentos a registar. Também em Aljustrel há a registar dois acidentes com vítimas mortais, na EN261 e na EN2, um despiste e uma colisão.

 

Mértola, Ferreira do Alentejo e Odemira aparecem na estatística cada um com um acidente em estradas municipais, enquanto em Castro Verde, há a registar um despiste no IP2.

 

NÚMEROS NACIONAIS

Nos primeiros seis meses de 2022, as colisões representaram 53,1 por cento do total de acidentes, 37,7 por cento das vítimas mortais e 44,1 por cento dos feridos graves, mas foram os atropelamentos que mais subiram em relação a 2021, tendo aumentado 35 por cento, contabilizando 1953 no total, bem como no número de mortos, um total de 27 (mais 28,6 por cento).

 

A ANSR dá igualmente conta que os desastres dentro das localidades continuam a ser o maior número, correspondendo a quase 80 por cento dos acidentes que ocorreram até junho. No entanto, os desastres fora das localidades registaram a maior subida face ao mesmo período de 2021, 39 por cento, assim como no número de mortos (+107 por cento).

 

Nos primeiros seis meses do ano, as vias com mais acidentes foram os arruamentos (63,8 por cento do total), estradas nacionais (EN) e autoestradas (AE), tendo ocorrido “aumentos significativos” de vítimas mortais e feridos graves nas EN, AE e itinerários complementares (IC).

 

De acordo com o documento, a maioria das vítimas mortais no primeiro semestre eram condutores, seguido de passageiros e peões e, em relação a período homólogo de 2021, foram entre os passageiros que se registou uma maior subida de mortos e feridos graves.

 

Em relação à categoria de veículo interveniente nos acidentes, os automóveis ligeiros corresponderam a 72,1 por cento do total, com um aumento de 26,0 por cento relativamente ao período homólogo de 2021, tendo-se verificado subidas nos veículos pesados (+21,9 por cento) e motos (+21,4 por cento).

 

Os acidentes aumentaram em todos os distritos no primeiro semestre face a 2021, sendo a subida mais acentuadamente em Portalegre (+52,9 por cento) e Guarda (+40,4 por cento). As vítimas mortais aumentaram em 16 distritos, nomeadamente em Leiria (+9) e os feridos graves aumentaram em 14 dos 18 distritos do continente, em especial no Porto (+54) e em Santarém e Setúbal (+32 em cada).

*com Lusa

 

 

*com Lusa

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